A Guiné-Bissau tem agora dois Governos rivais, que disputam a legitimidade para liderar o país. Tomou posse hoje à tarde o Governo de Faustino Imbali, do Partido de Renovação Social (PSR), empossado pelo Presidente José Mário Vaz, com o apoio do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e pelo APU-PDGB – os três maiores partidos da oposição. Do outro lado está o Governo de Aristides Gomes, apoiado pelo PAIGC. Aristides Gomes foi demitido pelo Presidente, mas recusa que este tenha autoridade para tal, dado o seu mandato já ter terminado – está apenas em funções até às eleições presidenciais de 24 de novembro. Algo com que concorda a União Africana e a União Europeia, incluindo Portugal.
A lista de nomes do novo Governo de Imbali, reflete os seus apoios. O Madem-G15 fica com o ministro dos Negócios Estrangeiros (Aristides Ocante da Silva) e com o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo (Abel da Silva Gomes). Já o PSR fica com o ministro dos Recursos Naturais e da Energia (Certório Biote) e com o ministro da Administração Territorial e o Poder local (Sola Nquilim na Bitchita), enquanto o APU-PDGB fica com a pasta presidência do conselho de ministros e assuntos parlamentares (Jorge Pereira Fernandes Mandinga). Também entra em cena o antigo primeiro-ministro Artur Sanhá, que fica com a pasta da Justiça e dos Direitos Humanos.
Além disso, a lista de ministro de Imbali conta com um nome de peso do Executivo de Aristides Gomes, o general Eduardo Costa Sanhá – que tem a estratégica pasta da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria. Algo que pode constituir um duro golpe para Aristides Gomes, que ainda recentemente assegurou que só sairá do seu posto “pela via da força”. E que lembrou aos jornalistas: “Uma coisa é a legitimidade, a legalidade, outra coisa é a força”.