O procurador que liderou a investigação a José Sócrates reforçou hoje à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) que a acusação do caso Marquês “é técnica” e que “está suportada”.
Recorde-se que pouco antes, às 13h30, o ex-primeiro-ministro havia afirmado aos jornalistas que a acusação do caso Marquês é “monstruosa” e “injusta”. Confrontado com estas declarações, Rosário Teixeira, que chegou já perto das 14h àquele tribunal, preferiu não comentar: “É a opinião dele [Sócrates], não tenho nada a comentar”.
O magistrado do Ministério Público disse ainda não saber se o interrogatório a Sócrates termina hoje, dado que é “o juiz que orienta os trabalhos”.
Recorde-se que José Sócrates voltou hoje a atacar o MP à chegada ao tribunal. “A única coisa que tenho a dizer é que venho para este interrogatório com o mesmo espírito do primeiro dia, com vontade de repor a verdade. Para que desta acusação não fique pedra sobre pedra. É uma acusação monstruosa, injusta e a absurda”, disse José Sócrates, sem responder a nenhuma das perguntas dos jornalistas.
Neste quinto dia, o ex-governante deverá ser confrontado com as acusações relativas à casa de Paris.
Caso Marquês
O Ministério Público, através do departamento que investiga a criminalidade mais complexa – o DCIAP –, acusou 28 arguidos, 19 pessoas singulares e nove pessoas coletivas, no âmbito da designada Operação Marquês, em 2017 . José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político (três crimes), branqueamento de capitais (16 crimes), falsificação de documento (nove crimes) e fraude fiscal qualificada (três crimes). A instrução é uma fase facultativa cuja abertura é pedida pelos arguidos e na qual um juiz de instrução, neste caso Ivo Rosa, decide se há ou não indícios suficientes para se avançar para julgamento, como defende a acusação.
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