O BPI registou um lucro de 253,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Este valor representa uma queda de 52%, face ao período homólogo, cujos resultados foram influenciados por impactos positivos extraordinários de mais 160 milhões de euros. A instituição financeira liderada por Pablo Forero explica que os resultados do ano passado foram influenciados pela “venda de participações na atividade em Portugal e que não se repetiram em 2019, e pela alteração da classificação contabilística do BFA no final de 2018, pelo que o resultado consolidado passa, a partir de 2019, a refletir os dividendos do BFA atribuídos ao BPI, quando anteriormente refletia a apropriação de resultados do BFA por equivalência patrimonial”.
O lucro líquido recorrente da atividade registada em Portugal alcançou os 152,8 milhões de euros, o que corresponde a uma redução homóloga de 7%, explicada por imparidades de 11 milhões de euros em unidades de participação que o banco tem há alguns anos em fundos de recuperação, subscritas por contrapartida da cedência de créditos àqueles fundos.
Já o contributo do BFA para o lucro consolidado nos primeiros nove meses ascendeu a 86,4 milhões de euros e inclui os dividendos líquidos relativos ao exercício de 2018, atribuídos ao BPI, e uma reversão de impostos diferidos passivos (51 milhões), enquanto o BCI, em Moçambique, gerou um contributo positivo de 14,5 milhões de euros nos nove primeiros meses do ano.
Crédito sobe
A carteira de crédito total aumentou 602 milhões de euros nos primeiros nove meses, atingindo uma quota de mercado de 10,2% em julho. Já a carteira de crédito a empresas cresce 756 milhões de euros face a setembro do ano passado, com a quota de mercado a subir 0,8 pontos percentuais nos últimos 12 meses para 10% em julho de 2019. A produção de crédito hipotecário cresceu 32% para 388 milhões no terceiro trimestre.
Já as comissões líquidas desceram 9 milhões de euros para 192,5 milhões, “uma vez que já não beneficiam do contributo dos negócios de cartões, acquiring e banca de investimento, alienados em 2018”. Tendo em conta o mesmo perímetro de negócios, as comissões aumentaram 8,8%.
Menos balcões e trabalhadores
Só no espaço de um ano, a instituição financeira viu o seu número de balcões e trabalhadores cair. Em setembro, o BPI contava com 4869 trabalhadores, ao passo que em setembro do ano passado contava com 4898 colaboradores.
Em termos de balcões, a rede do BPI sofreu uma diminuição de 14 em setembro deste ano face a setembro de 2018, já que no final do terceiro trimestre de 2019 contava com 407 balcões, sendo esse número de 421 em setembro de 2018 (tal como em dezembro).
No entanto, o banco refere que em setembro deste ano tinha “em Portugal 31 centros premier, um balcão móvel e 34 centros de empresas, o que perfaz um total de 479 unidades comerciais”.