O Ministério Público quer saber como é que os jornalistas tiveram acesso ao que José Sócrates disse dentro da sala de audiências, em alguns casos em tempo real. O procurador decidiu pedir a extração de uma certidão do interrogatório, segundo avançou esta tarde a Lusa, para que se conclua se existiu ou não desobediência ou mesmo violação do segredo de justiça. O juiz Ivo Rosa concordou com a decisão do MP.
Segundo uma fonte explicou àquela agência, mediante anonimato, em causa está o facto de haver um canal de televisão que fioi tendo sempre informações em tempo real do que se passava dentro da sala do tribunal, onde só estavam advogados, o juiz Ivo Rosa, José Sócrates e o procurador Rosário Teixeira.
A mesma fonte terá dito ainda que, como depois de Ivo Rosa ter apreendido os telemóveis aos advogados as fugas continuaram, há a suspeita de que alguém ou algum mecanismo desconhecido terá continuado a passar informações.
"O procurador do Ministério Público requereu que fosse extraída certidão dos autos de interrogatório, para efeitos de procedimento criminal, para apurar os factos, na medida em que poderá estar em causa a prática de um crime de desobediência e de violação de segredo de justiça", concluiu a mesma fonte à Lusa, referindo que a promoção do MP contou com o apoio dos advogados.