CDS pode ter cinco candidatos a líder

Francisco Rodrigues dos Santos, líder da JP, terá moção a congresso, a título pessoal. Está aberta a via para mais uma candidatura.

O CDS tem congresso marcado para 25 e 26 de janeiro em Aveiro e várias moções que podem representar candidaturas em plena reunião-magna. Os centristas não têm eleições internas diretas e, por isso, é nos congressos que se definem candidatos a líder através das moções. Que levam a votos. Assim, haverá cinco potenciais rostos candidatos à sucessão de Assunção Cristas, tantos quantos os deputados eleitos a 6 de outubro.

Sexta-feira, Francisco Rodrigues dos Santos, presidente da Juventude Popular, anunciou, num vídeo publicado no Facebook, que terá uma moção em congresso e vai fazê-lo em pista própria. Não é um documento da JP.   «Tenho recebido amplos apelos para a apresentação de um projeto ambicioso que construa a raiz da alternativa de direita ao socialismo que renove, reposicione e reestruture o CDS, ao mesmo tempo que o recoloca como um instrumento útil ao serviço de Portugal», defendeu o dirigente da ‘jota’ no vídeo difundido pelas 9 horas da manhã. Tudo em nome da «reconstrução de um novo partido velho».

No depoimento, em vídeo, Francisco Rodrigues dos  Santos (conhecido por ‘Chicão’ no CDS) apela ainda a um debate interno a partir das bases: «Porque um partido unido não se proclama. Cumpre-se e constrói-se. Só dando voz a todos poderemos afirmar que estamos em condições de lutar e não de fugir, de reerguer o CDS e de verdadeiramente seguir em frente».

Filipe Lobo Ávila também se prepara para levar a sua moção a votos, ou seja, poderá ser candidato, tal como João Almeida, o deputado e porta-voz do partido. 

Há ainda duas candidaturas já anunciadas: a de Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento-CDS (TEM-CDS), e a de um militante de Viana do Castelo, Carlos Meira. 

Por fim, o eurodeputado Nuno Melo está a coordenar uma moção para levar a congresso que reúne vários  dirigentes e ex-dirigentes que defendem um CDS à direita e mais conservador. O primeiro subscritor do texto é Nuno Melo, mas o eurodeputado dividiu vários capítulos da moção entre os demais subscritores, a saber: Telmo Correia, Rui Barreto, Hélder Amaral, Álvaro Castelo-Branco e João Rebelo. Todos trabalharam com Paulo Portas, o antigo líder do CDS que ocupou funções mais de uma década, ainda que com uma interrupção.

Sairá dali um nome para concorrer à sucessão de Cristas? O mais certo é que não, mas tal não significa que os subscritores da moção não apoiem uma candidatura ou não levem a votos uma lista ao conselho nacional, o orgão máximo entre congressos. É o legado de uma parte do ‘portismo’ no CDS que pretende deixar marca registada, e não marca branca, como advogou recentemente, no Expresso, Nuno Melo.