A ministra da Saúde, o bastonário da Ordem dos Médicos e a presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) vão prestar esclarecimentos na Assembleia da República sobre o caso do bebé Rodrigo, que nasceu com malformações graves, não identificadas por um obstetra que tinha processos pendentes na Ordem.
A comissão parlamentar de Saúde aprovou por unanimidade, esta quarta-feira, um requerimento do PAN que pedia para ouvir a ministra da Saúde, o bastonário dos Médicos e a responsável da ERS.
De acordo com a decisão dos deputados da comissão parlamentar, Miguel Guimarães e Sofia Nogueira da Silva serão ouvidos primeiro. Num momento posterior será a vez de Marta Temido, que numa audição mais abrangente, será questionada acerca da clínica Ecosado, onde o médico Artur Carvalho realizou ecografias à grávida, não tendo detetado qualquer malformação. Sublinhe-se que esta unidade não tinha convenção com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas recebia utentes com credenciais passadas pelos serviços públicos.
Recorde-se que a gravidez da mãe do bebé, que nasceu no mês passado em Setúbal sem nariz e olhos e sem parte do crânio, foi acompanhada no centro de saúde, sendo que as ecografias eram feitas pelo obstetra Artur Carvalho na clínica privada, alegadamente abrigo de uma convenção com o Estado.
Pouco depois da divulgação do caso, logo a seguir ao parto, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo informou que a clínica em causa não tinha protocolo com o Estado, e que usava as credenciais do SNS, que eram depois faturadas por outra unidade com convenção.
Sublinhe-se ainda que o obstetra que não identificou as malformações no bebé tinha múltiplos processos pendentes no conselho disciplinar Sul da Ordem dos Médicos, alguns desde 2013.
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