O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) alerta para “um efeito perverso” do englobamento dos rendimentos prediais no IRS. Luís Lima contesta a medida anunciada pelo primeiro-ministro António Costa, alertando para os efeitos no mercado de arrendamento, caso não seja mantida a taxa liberatória para contratos celebrados à margem do programa de arrendamento acessível ou dos contratos celebrados a prazos mais dilatados.
Em comunicado, divulgado nesta quinta-feira, o presidente da APEMIP refere que “não compreende o recuo anunciado, num período em que é urgente dinamizar o mercado de arrendamento, por via do aumento da oferta”. Segundo Luís Lima, a intenção do Governo até pode ser “boa”, mas os efeitos que a medida terá no mercado “será perverso”. “O resultado do englobamento destes rendimentos acabará por ser o aumento do despejo, dos preços e das dificuldades dos cidadãos em encontrar casa devido ao decréscimo da oferta”, alerta.
De acordo com Luís Lima, esta medida vai fazer com que os proprietários prefiram “vender os seus ativos, do que disponibilizar as suas casas no mercado de arrendamento”. Uma situação que, segundo o líder da APEMIP, vai resultar na diminuição da oferta, que, naturalmente, se vai refletir “nos preços e na falta de dinâmica no mercado de arrendamento urbano”.
“Estamos a dar um sinal de que o imobiliário não é confiável e de que as regras estão constantemente a mudar a meio do jogo. Tenho muitas dificuldades em compreender esta intenção em agir sobre os rendimentos prediais, e ainda mais quando não se anuncia o englobamento obrigatório para outro tipo de rendimentos, como o de aplicações financeiras” conclui o representante das imobiliárias.