Depois de a ministra da Saúde ter confirmado, na última quinta-feira, que a urgência pediátrica do hospital Garcia de Orta iria encerrar todas as noites a partir desta semana, cerca de 200 pessoas juntaram-se numa vigília à porta do hospital.
Marta Temido apontou dois centros de saúde que alargam o horário como alternativa ao hospital do distrito de Setúbal, mas, segundo Ana Carvalho, citada pela agência Lusa, esta não é a solução. “Uma coisa não substitui a outra porque o serviço de atendimento permanente não é uma urgência pediátrica. Uma análise viral ou bacteriana não pode ser feita num centro de saúde", afirmou. Segundo a dirigente do Sindicato de Enfermeiros Zoraima Cruz Prado, que esteve também presente na vigília, os recursos disponíveis num centro de saúde “não se comparam” aos que estão disponíveis nos hospitais.
A vigília que marcou o primeiro encerramento na urgência pediátrica foi convocada pela Comissão de Utentes da Saúde no Conselho do Seixal, que defende que o ministério da Saúde “não tomou medidas suficientes” para evitar este encerramento, que está previsto durar seis meses.
Citado pela agência Lusa, José Lourenço, membro da comissão, garante que Marta Temido “vai ter um problema”. “Vai ter-nos atrelados durante muito tempo, porque esta vigília é a primeira que faremos”, afirma.
A falta de especialistas afeta o hospital há mais de um ano, quando saíram 13 profissionais e, segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, “ninguém concorreu”, o que prolongou a falta de trabalhadores.