O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, emitiu ontem uma nota sobre a tragédia do colapso da estrada que liga Borba e Vila Viçosa há ano e que vitimou cinco pessoas. Trezentos e sessenta e cinco dias volvidos, o Chefe de Estado defendeu “a necessidade de prosseguir a implementação do Plano de Intervenção nas Pedreiras em Situação Crítica”. Isto é, o plano é para levar até ao fim.
A nota serviu, sobretudo, para recordar as cinco vítimas mortais e mostrar solidariedade para com os familiares. “Neste dia em que se cumpre um ano sobre o trágico colapso da Estrada Municipal 255 entre Borba e Vila Viçosa, junto à pedreira de S. Sebastião, uma palavra de solidariedade é devida às famílias das cinco vítimas mortais”, começou por escrever o Presidente da República na sua nota oficial.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda o facto de o “processo de indemnização das famílias pelo Governo, através do mecanismo extrajudicial conduzido pela senhora Provedora de Justiça, estar já concluído”. As famílias receberam, neste verão, 1,6 milhões de euros, a título de indemnização.
Um ano depois a antiga estrada nacional que ligava Borba a Vila Viçosa está desativada e ainda não há certezas de qual será o destino daquele troço secular. Esta semana, o Ministro do Ambiente, José Matos Fernandes, limitou-se a dizer que, para já, “não há forma de poder abrir aquela estrada” por razões de segurança. Na véspera de se completar um ano da tragédia junto à pedreira, o Governo apresentou o balanço do plano de intervenção sobre as pedreiras ( o mesmo sobre o qual Marcelo se pronunciou ontem). Assim, foram instalados um total de 1 253 sinais, (151 de interdição) (44 de interdição a pessoas, sete de interdição a automóveis pesados e 72 de interdição geral). O Estado gastou cerca de 196 milhões de euros.
O caso de Borba obrigou as autoridades a olhar para o problema das pedreiras, sobretudo, junto a estradas.
Quem se indignou ontem nas redes sociais sobre esta tragédia foi o antigo líder do CDS, José Ribeiro e Castro. O antigo dirigente lembrou que “continua a ser necessário é explicar como é que, ao longo de vários anos – e certamente muitos – o Estado autorizou ou consentiu que esta estrada fosse sendo transformada numa armadilha extremamente perigosa, ao cavarem-se precipícios de cada um dos lados”, escreveu no Facebook.