O grosso de manifestantes transformou-se numa enorme mancha branca. O Movimento Zero ganha uma força inesperada e domina, por completo, todo o protesto. Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), abriu a porta aos elementos do grupo, desvalorizando a classificação que lhe foi atribuída pelo Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT). "O Movimento Zero somos todos nós, os polícias e toda a gente que se identifica com as nossas reivindicações. Julgo que apenas a imprevisibilidade do movimento, numa lógica de redes sociais, alertou a opinião pública. Mas não me parece haver razões para tal", afirmou ao i.
Recorde-se que o presidente do OSCOT, António Nunes, tinha referido que existia algum receio com este protesto, sobretudo pela possibilidade de se assistir a um aproveitamento por parte do Movimento Zero – movimento inorgânico criado em maio nas redes sociais, e do qual não se conhecem os líderes.
“Estes movimentos vão surgir colados a alguns populismos, podem ser perigosos, tanto mais que, no caso do Movimento Zero, agrupa várias organizações dos sistema de segurança interna que detêm informação, potencial de armamento, potencial de organização, formação nas técnicas de combate e anticombate e, portanto, são situações que temos de ter alguns cuidado”, tinha alertado, em declarações à agência Lusa, António Nunes.
Já esta quinta-feira, o responsável, voltou a dizer, citado pela Antena1, que espera que o protesto decorra com normalidade, mas entende as precauções tomadas, uma vez que o Movimento Zero pode ser difícil de controlar.
“O chamado Movimento Zero, que não está ligado a nenhum sindicato nem organização, pode ser difícil de controlar”, tinha dito.