A taxa de risco de pobreza estabilizou, em 2018, nos 17,2%, registando uma descida de 0,1 ponto percentual face ao ano anterior, quando a taxa estabilizou em 17,3%. Apesar de, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), ter havido uma redução percentual. Há dois anos que 17 em cada 100 portugueses vivem abaixo do limiar de pobreza.
Os dados, que dizem respeito aos rendimentos e condições de vida, revelam que o grupo onde a pobreza aumentou mais, em 5,6%, foi no das famílias constituídas apenas por uma mãe ou um pai. Uma em cada três famílias monoparentais com pelo menos uma criança (33,9%) vive abaixo do limiar de pobreza.
De forma muito subtil (0,5%), houve uma diminuição entre a população mais jovem e a mais idosa. Entre os menores de 18 anos a descida foi de 17,7% para 17,3%, e entre a população com mais de 65 anos registou uma descida de 19% para 18,5%.
Entre os reformadas também se registou uma ligeira descida, porém, entre as pessoas empregadas e desempregadas o risco de pobreza aumentou, havendo quase 11 (10,8%) em cada 100 portugueses a ganhar menos de 501 euros mensalmente.
O valor que define a população que vive abaixo do risco de pobreza é variável. A linha de pobreza, como é denominada, oscila consoante o aumento ou redução dos rendimentos. Em 2017, os rendimentos eram, de forma geral, mais baixos, o que fez com que esta linha estagnasse nos 468 euros mensais. Com o aumento dos rendimentos, registados em 2018, a linha subiu até aos 501 euros.
Em 2018, um quinto da população portuguesa (2,2 milhões) estava em risco de exclusão social. Este é um indicador muitas vezes usado para comparar países europeus.
O relatório revelou ainda que o coeficiente Gini, que mede a distribuição de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres, está a convergir. Desde 2013, quando o INE começou a publicar este relatório, que nunca se tinha verificado um valor tão baixo quanto os 31,9% correspondentes ao ano passado.
O INE mediu ainda a capacidade que a população tem de pagar as contas, revelando que, apesar de a percentagem ter descido este ano, 18,9% dos portugueses não conseguem manter a casa aquecida por incapacidade de pagar as contas.