A Universidade do Minho (UM) fixou-se definitivamente no epicentro da vanguarda tecnológica da indústria automóvel, ao reforçar e alargar a sua parceria com a Bosch, num projeto que já envolve mais de 1.000 profissionais altamente qualificados e um orçamento perto dos 170 milhões de euros.
Tudo começou em 2013, quando UM e Bosch despertaram para a possibilidade de partilharem conhecimentos, numa escala de investigação e experiência, através da sinergia de esforços de uma equipa constituída por técnicos de ambas as entidades. A premissa, sobre a qual todo o projeto órbita, assenta na convicção de que o futuro da indústria automóvel passa pela direção autónoma, uma revolução tecnológica em curso que promete mudar radicalmente a mobilidade e a qualidade de vida em todo o mundo. O objetivo da direção autónoma requer habilitar carros com uma capacidade crescente de entender e responder ao seu estado, ao estado dos seus ocupantes e ao contexto em seu redor, ajustando automaticamente as informações e reações do veículo, em determinada situação específica, contribuindo, desta forma, para o conforto e a segurança dos passageiros.
Os resultados obtidos ao longo dos últimos sete anos têm merecido o voto de confiança dos responsáveis e do Estado português, que também apoia uma parceria que tem desenvolvido resultados práticos na aplicação de nova tecnologia, como, por exemplo, os progressos alcançados nos mecanismos auxiliares de estacionamento autónomo.
O projeto entra agora na sua terceira fase, com um orçamento previsto de 92 milhões de euros (a que se somam os 75 milhões de euros investidos nas duas primeiras fases) e a participação de 1.070 técnicos, permitindo, assim, a fixação no país de conhecimento estrangeiro e o desenvolvimento de mão-de-obra altamente qualificada, com ligações à instituição académica. O centro de investigação e investigadores da UM passam a capacitar-se de soluções inovadoras, naquilo que são os seus processos e os seus produtos, atingindo um patamar de excelência de nível internacional.
Esta terceira fase prevê a gerarão de 33 novas patentes, mais de 650 entregas e 130 publicações técnicas e científicas.
Em declarações ao i, o reitor da UM, Rui Vieira de Castro, considera esta parceria o reflexo da “tradição de interação e compromisso da universidade com o tecido económico e empresarial” e a sua “participação no desenvolvimento social e económico”. “A universidade assume, através deste projeto, o seu papel como agente de transformação e de desenvolvimento, que pretende sempre assumir”, refere.
Segundo o reitor, a relação entre UM e Bosch “tem permitido criar uma proximidade com as pessoas que formamos e as áreas onde vão trabalhar, tornando a universidade num ator que se quer ver reconhecido no mercado de trabalho, capaz de contribuir para o progresso, não só no setor automóvel, como acontece neste caso, mas nas mais variadas áreas”.