A discussão em torno da Capital do Natal, em Algés, concelho de Oeiras, está instalada. Além dos inúmeros comentários negativos sobre o evento e os pedidos de reembolso, já há inclusive uma petição para encerrar o parque por publicidade enganosa. No entanto, a polémica foi mais longe, depois de ser partilhada nas redes sociais a imagem de uma rena, deitada num tapete, levando os utilizadores a criticar as más condições em que estão os animais.
“Uma rena enclausurada, com açaime, triste, perdida, desolada, para divertimento de humanos imbecis”, lia-se na legenda da imagem partilhada no Facebook. A publicação rapidamente se encheu de comentários e foi partilhada milhares de vezes.
“E proíbem os animais nos circos para isto?”; “Mas isto não é ilegal? Maus tratos a animais”; Seis milhões de euros para isto”; “Vergonha”; “Grandes bestas”; “Vergonhoso e inadmissível, um bebé? Totalmente sozinho e a servir de trenó? Esse bebé deveria estar num santuário animal e a não a servir de brinquedo e de deseducação para crianças”, escreveram alguns dos utilizadores na publicação.
Face aos inúmeros comentários e às notícias publicadas, a organização emitiu um comunicado sobre o evento, no qual esclarece que refuta as “acusações de más condições para os animais no recinto”.
“Refutamos ainda as acusações de más condições para os animais no recinto, já que as renas, tal como todo o Parque, estão devidamente licenciadas pelas autoridades competentes. As renas pertencem, de resto, à entidade ‘Burros do Magoito, uma entidade idónea e fidedigna, conhecida pelo tratamento exemplar que dá aos seus animais”, garantiram, numa publicação partilhada esta segunda-feira.
No entanto, já esta terça-feira, o grupo IRA – Intervenção e Resgate Animal informou que entrou em contacto com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que garantiu que os animais seriam retirados do recinto ainda na noite de ontem.
“No seguimento da onda de indignação contra a utilização de renas na Cidade do NatalL, que se encontra a decorrer em Oeiras, o IRA contactou o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), entidade responsável pela preservação destas espécies, que nos garantiu que os animais seriam retirados no decorrer da noite de ontem. Ainda não conseguimos obter qualquer atualização sobre a presença dos animais, hoje. Caso alguém tenha conhecimento sobre a permanência dos animais no local, por favor informem-nos”, começaram por escrever no Facebook.
“À semelhança da Cidade do Natal, algumas piscinas e feiras medievais utilizam aves para fotografias com os utilizadores dos espaços, submetendo-as a um período de enorme stress e deslocando-as totalmente do seu habitat natural. Uma forma de boicote a espetáculos que utilizem estas ou outras espécies, pode ser realizada por todos bastando simplesmente não comprar bilhetes ou frequentar estes eventos. Não financiem circos, piscinas, feiras ou eventos sazonais que utilizem animais para espetáculos ou interação com o demais público”, apela o grupo de defesa dos animais, esclarecendo ainda que a rena da fotografia que gerou polémica não usava um açaime, mas sim “um cabeção/cabeçada que é também utilizado nos cavalos para condicionamento/orientação”.