O antigo Presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi sentenciado à morte, in absentia, por um tribunal especial de antiterrorismo, esta terça-feira. Musharraf, que se encontra em auto-exílio no Dubai desde 2016, é acusado de alta traição e de subverter a Constituição do país. O ex-general é o primeiro militar a ser submetido a julgamento por subversão da ordem constitucional e o primeiro a ser considerado culpado de traição.
“Pervez Musharraf foi considerado culpado nos termos do artigo 6 por violar a constituição do Paquistão”, disse o funcionário governamental, Salman Nadeem, à Reuters.
Musharraf tomou o poder num golpe de Estado, em 1999, e manteve-se como Presidente do Paquistão até 2008. Em 2014, o general na reforma foi indiciado por cinco acusações, três de tentativa de subversão, suspensão e alteração da Constituição, por demitir o chefe de justiça do Paquistão e impor o estado de emergência, em 2007.
Na altura, o antigo Presidente do Paquistão justificou a imposição do estado de emergência, suspendendo a Constituição, com a necessidade de combater o terrorismo islâmico e estabilizar o país.
A deliberação completa da sentença não estava disponível durante o dia de ontem. No sumário da decisão, a instância explica que analisou as queixas, registos, argumentos e factos do caso em questão, tendo chegado ao veredito: dois dos três juízes do tribunal de antiterrorismo chegaram a conclusão de que Musharraf devia ser condenado com a pena máxima (o crime de traição é punível com sentença de morte ou prisão perpétua).
Musharraf não comentou a decisão do tribunal até ao fecho desta edição. Mas no início deste mês o antigo general publicou um comunicado, em vídeo, da cama do hospital onde recebe tratamento, no Dubai, reivindicando a sua inocência e a dizer que acusação de traição era “infundada”, de acordo com a CNN.