O Ministério Público boliviano emitiu esta quarta-feira um mandado de captura para o ex-Presidente Evo Morales, avança o La Razón, por "sedição, terrorismo e financiamento de terrorismo".
Na ordem também se incluiu o dirigente cocalero Faustino Yucra Yarwi, indiciado no mesmo processo, estabelecido após as autoridades terem encontrado uma conversa telefónica entre Yarwi e Morales, onde alegadamente ouve-se ambos a coordenarem medidas de pressão contra áreas urbanas, nomeadamente o bloqueio de estradas para impedir a distribuição de alimentos e combustíveis.
"Cumpriram-se todos os requisitos de investigação e a comissão de procuradores emitiu os mandados de captura contra o senhor Evo Morales Ayma e o senhor Faustin Yucra pelos [atos] ilícitos que se estão a investigar", disse o major Luis Fernando Guarachi, da Força Especial da Luta contra o Crime, à estação boliviana Unitel.
Morales foi obrigado a deixar o cargo de Presidente da Bolívia depois de pressão dos militares, efetivando um golpe de Estado. Desde que a conservadora de linha dura Jeanine Añez, vice-presidente do Senado na altura, assumiu a presidência depois da renúncia de Moralez, os protestos alastraram-se na Bolívia e já contabilizam-se cerca de 30 pessoas mortas desde essa altura. Por meio de decreto, Añez instituiu a imunidade às forças de segurança que cometessem abusos contra os manifestantes.
Depois de estar exilado no México e de ter recebido tratamento médico em Cuba, Morales encontra-se de momento na Argentina, onde deverá ser-lhe atribuído o estatuto de refugiado, concedido pelo novo Presidente argentino, Alberto Fernandez.