Cerca de uma centena de trabalhadores da TVI protestaram esta quarta-feira, durante a hora de almoço, contra as incertezas em relação ao futuro da empresa. A contestação fez-se sentir em Lisboa e no Porto.
Em causa está, sobretudo, aquilo que os trabalhadores consideram ser a falta de informação dada aos funcionários relativamente ao processo de venda da empresa à Cofina. Outras queixas prendem-se com a degradação das condições de trabalho, dos salários baixos e dos contratos precários.
Este protesto, que já havia sido antecipado pelo i, surge na sequência destas e outras questões. A “gota de água” surgiu recentemente com o corte dos cartões de Natal, que, uma vez mais, deixou os trabalhadores da TVI surpreendidos e insatisfeitos. Numa carta enviada à administração, à qual o nosso jornal teve acesso, os trabalhadores demonstraram preocupação e descontentamento. “Mais uma vez, não sentimos qualquer preocupação da parte da administração com o impacto dessa medida nos trabalhadores, mais apelamos a que seja reconsiderada”.
O impasse na venda do grupo – que está em contagem decrescente – faz também parte do email dos trabalhadores: “Sabemos da particular fase que a empresa atravessa e, por isso mesmo, demos o nosso melhor durante todo o ano. Nunca como agora foi pedido tanto a tão poucos e nós não falhámos”, avançam os trabalhadores, que confessam sentir-se castigados pelo facto de os resultados da estação de Queluz de Baixo não serem os esperados.
Entretanto, a Autoridade da Concorrência (AdC) deu luz verde à compra da TVI por parte da Cofina, confirmando-se assim a notícia avançada pelo SOL. A administração da Media Capital continua a não dar respostas às reivindicações dos funcionários e o protesto desta quarta-feira é apenas mais um sintoma do clima que se vive actualmente no interior da TVI.