A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) alertou, esta quinta-feira, para o facto de embalagens grandes não significarem poupança. A entidade visitou 154 supermercados e concluiu que 120 tinham embalagens maiores que ficavam mais caras.
Segundo um comunicado da DECO, para o estudo de mercado foi analisado o custo das embalagens pequenas e grandes em 17 cadeias de supermercados: Aldi, Auchan, Continente, Coviran, El Corte Inglés, E.Leclerc, Froiz, Intermarché, Lidl, Mercadona, Meu Super, Minipreço, Pingo Doce, Solmar, Spar, SuperCor e Super Poupadinha.
“Encontrámos embalagens de maiores dimensões mais caras do que as menores em 120 lojas, embora umas com mais casos do que outras. Nas Auchan, Continente e E.Leclerc, detetámos exemplos em todas. Intermarché, Minipreço e Pingo Doce também incluem vários produtos cuja embalagem maior fica mais cara. Nas Lidl e Mercadona, detetámos poucas situações. Já nas lojas Aldi, El Corte Inglés, Spar e Super Poupadinha não descobrimos qualquer caso”, refere a nota da DECO.
De acordo com a associação, os resultados revelaram que as marcas e os supermercados vendem por um preço superior ao perceberem o interesse dos consumidores pelas embalagens de maior capacidade – “algo que não faz muito sentido, pois a quantidade de embalagem gasta até é menor: o recipiente maior nem sempre tem o dobro do mais pequeno. Mais: sempre que é referida a palavra ‘poupança’ estamos perante publicidade enganosa”.
A DECO relembra que para comparar os preços é fundamental olhar para o preço por unidade de medida, que pode ser o quilo, o litro ou a unidade. Para facilitar esta comparação e o consumidor não ter de fazer as contas, a entidade relembra que desde 1990 que os estabelecimentos são obrigados, por lei, a apresentar o preço por unidade de medida junto a cada produto. “Mas basta olhar para as etiquetas dos produtos nas lojas para concluir que a informação em causa até pode estar visível, mas, com frequência, é difícil de ler, quer por ser escrita com dígitos muito pequenos, quer por estar tapada ou a etiqueta apresentar danos”, alerta a DECO.
“Se o objetivo do preço por unidade de medida é ajudar o consumidor a comparar o custo dos produtos, este deveria ser apresentado de forma mais clara e com dígitos maiores, para facilitar a leitura a todas as pessoas. Esperamos que os responsáveis dos supermercados tenham consciência da importância desta informação e procedam às devidas alterações nas etiquetas dos produtos. Tornar os dígitos maiores e mais visíveis não irá encarecer a etiqueta e será útil para quem vai às compras”, conclui a associação.
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