Na ressaca das passagens das depressões Elsa e Fabien por Portugal, são ainda muitos os focos de atenção deixados por estes fenómenos naturais. Um dos que está a causar maior preocupação é o caso da rotura de um dique em Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, que levou mesmo a colocar-se em cima da mesa a possibilidade de evacuação da aldeia de Casal Novo do Rio.
Apesar deste cenário de grande preocupação com a possibilidade de um outro dique ruir, o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, garantiu ontem que a situação estava “sob controlo”, depois de este ter pedido a João Matos Fernandes, ministro do Ambiente, que a EDP pudesse suspender as descargas na barragem da Agueira. Emílio Torrão disse ainda que neste momento já se verificam “temperaturas agradáveis para a época do ano”, após a passagem da depressão Elsa e de Fabien.
O autarca confirmou que durante a noite de domingo o talude esquerdo do leito periférico direito do rio Mondego, em Montemor-o-Velho, colapsou. Isto deu-se apenas algumas horas depois de se ter identificado naquele mesmo local um aluimento de terras, como confirmou Emílio Torrão.
Estes acidentes naturais obrigaram a Proteção Civil municipal a tomar medidas e a colocar uma barreira de pedras e sacos de areia, por forma a defender a povoação de Casal Novo do Rio, que estava em risco de ficar alagada devido à rutura deste dique.
Emílio Torrão disse ainda que “o senhor ministro do Ambiente e o Governo têm de imediatamente disponibilizar os meios para que estas duas situações [o dique do canal principal do rio e o talude esquerdo do leito periférico direito] sejam corrigidas”. O autarca concluiu que não é possível “uma população aguentar este esforço” de viver sob ameaça “todo os dias”.
Também durante o dia de ontem, Maria do Céu Albuquerque, ministra da Agricultura, deslocou-se ao Baixo Mondego para avaliar os estragos causados pelo mau tempo que assolou a região. Aos jornalistas, a ministra explicou que é necessário “fazer uma avaliação correta daquilo que vier a ser necessário fazer para repor a atividade agrícola” e considerou ser “ainda cedo para falar de qualquer tipo de ajuda financeira” da parte do Governo devido aos avultados prejuízos nos campos agrícolas.