Depois de o ministro do Ambiente sugerir que mudar algumas aldeias na região do Mondego de sítio pode ser uma solução para evitar fenómenos de cheias, como aconteceu nos últimos dias, o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho admitiu que essa é uma possibilidade, mas que é muito “difícil” de concretizar.
"É uma perspetiva que pode ser encarada mas é muito mais difícil mudar quem quer que seja, tirar qualquer pessoa da residência, quanto mais tirar as pessoas do seu local habitual (…) estas pessoas já têm uma cultura de cheia e já estão habituadas a viver com este tipo de fenómenos”, disse Emílio Torrão.
"Essa é uma via de pensamento mas não é a que está, no imediato, na ordem do dia", esclareceu, vincando que o fecho das margens colapsadas é vital, agora que a situação está "estável".
Recorde-se que, esta segunda-feira à noite, João Pedro Matos Fernandes disse, no Jornal 2, da RTP2, que é preciso uma adaptação "com os recursos que temos". "Aquelas aldeias sabem que estão numa zona de risco, num rio que sempre teve cheias (…) Mas sim, paulatinamente, aquelas aldeias vão ter que ir pensando em mudar de sítio, porque não esperemos que esta capacidade que temos de dois mil metros cúbicos, que conseguimos chegar aos dois mil e duzentos, possa vir a crescer", declarou o governante.