Os trabalhadores da Portway, responsáveis por prestar assistência em terra aos passageiros dos aeroportos, vão iniciar esta sexta-feira uma greve de três dias que irá afetar os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) que, em comunicado, refere que avançou com o pré-aviso de greve na empresa porque "através dos seus administradores pertencentes ao grupo Vinci, respondeu com a denúncia do acordo de empresa em vigor, e não cumpriu o devido descongelamento de carreiras no passado mês de novembro conforme tinha assinado em 2016".
Mas o protesto não fica por aqui. A empresa "começou a cortar abonos sociais e direitos adquiridos por todos os seus trabalhadores ao longo de 20 anos, não reconhecendo assim todo o esforço dos trabalhadores ao longo dos anos, e tudo isto com um único objetivo, o de não baixar os seus lucros a fim de poder encher ainda mais os cofres do grupo Vinci".
“Durante três anos os trabalhadores viram os seus aumentos e progressões de carreira congelados a fim de melhorar a saúde financeira da empresa, e contribuíram imenso [para o seu crescimento]”, destaca ainda.
De acordo com a agência Lusa, o SINTAC já avançou com um novo pré-aviso de greve na Portway ao trabalho suplementar, banco de horas e fins de semana, entre 1 de janeiro e o final de março.
"Tivemos contactos de alguns ex-trabalhadores que estiveram este verão ao serviço da Portway e, como sempre, tendo em conta a sazonalidade do verão IATA, foram dispensados entre o final de setembro e início de outubro, e que nos disseram que a Portway está a ligar-lhes na tentativa de fazer contratos de dez dias, a começar por volta de 21, 22 de dezembro", indicou Fernando Simões, dirigente do SINTAC, em declarações à mesma agência noticiosa. Segundo o responsável esta é uma "tentativa clara de substituir grevistas".
O dirigente sindical garante que a greve será desconvocada "se a empresa atender à reivindicação e cumprir" o que assinou em 2016.
Já a empresa garante, segundo a agência Lusa, que "não reconhece fundamentos para esta paralisação" e que "cumpre escrupulosamente a lei e toda a regulamentação aplicável, tanto ao nível da legislação laboral como em termos de acordos e protocolos aplicáveis à empresa”.
A Portway "declarou, desde logo, a disponibilidade para diálogo futuro", que mantém "com todos os parceiros sociais", e apela para "retomar das negociações no sentido de evitar esta paralisação".
O SINTAC garante que a greve não tem serviços mínimos.