2020 é um ano de despedidas para Mário Centeno e Carlos Costa – o ministro das Finanças deixa a liderança do Eurogrupo e Carlos Costa abandona o Banco de Portugal. Centeno não descarta a hipótese de assumir os comandos do regulador.
Numa entrevista recente ao Expresso, Mário Centeno descartou, para já, uma recandidatura à presidência do Eurogrupo, dizendo que o seu trabalho neste grupo informal que reúne os ministros das Finanças dos Estados-membros da União Europeia «está feito» e defendendo também que é «extremamente favorável à limitação do número de mandatos que os políticos exercem».
Questionado sobre o futuro, o ministro das Finanças não fechou a porta a ocupar o cargo de governador do Banco de Portugal, dizendo que não vê quaisquer incompatibilidades. «Isso está escrito em algum sítio do Tratado?», questiona. E dá dois exemplos: «Um dos vice-presidentes do Banco Central Europeu foi ministro das Finanças de Espanha. E o meu colega eslovaco também transitou das Finanças para o banco central».
Mário Centeno perdeu peso no Governo a seguir às eleições legislativas e já deu sinais de que está a prazo. Rui Rio questionou, recentemente, o primeiro-ministro, no Parlamento, sobre se Mário Centeno está a prazo, mas António Costa optou por deixar o PSD sem resposta.
O próximo ano ficará marcado pela saída de Carlos Costa do Banco de Portugal. No início do ano, as críticas ao governador do Banco de Portugal subiram de tom, depois de vir a público o seu alegado envolvimento enquanto administrador da Caixa Geral de Depósitos nas decisões que representaram operações ruinosas para o banco público. O BE chegou mesmo a pedir a exoneração de Carlos Costa, mas a Assembleia da República travou este processo, com os votos contra do PS e do PSD.
Com Elisa Ferreira comissária europeia, Centeno só não será o próximo se Costa não quiser.