Congresso do PSD
Mudar ou não de líder
O ano começa com grandes decisões para a direita portuguesa. Depois dos fracos resultados nas europeias e legislativas, os militantes do PSD vão decidir, no dia 11 de janeiro, se querem continuar com esta estratégia liderada por Rui Rio ou se querem mudar de líder. Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz são as alternativas.
A campanha interna tem sido marcada pelo posicionamento do PSD em relação ao Governo socialista. Rui Rui defende, desde o início, que só com acordos entre os dois maiores partidos são possíveis reformas estruturais. Montenegro e Pinto Luz são defensores de que o PSD deve distanciar-se o mais possível dos socialistas liderados por António Costa.
Esse foi, aliás, um dos motivos para aumentar as querelas internas e as críticas a Rio, que sempre defendeu alguns acordos com o PS em setores-chave, como o da descentralização – o primeiro acordo celebrado, apesar de os sociais-democratas o terem criticado mais tarde. Depois de janeiro haverá um novo líder, seja ele eleito à primeira volta (dia 11) ou na segunda volta ( dia 18), seguindo-se o congresso, marcado para os dias 7, 8 e 9 de fevereiro em Viana do Castelo. Quem ganhar terá de tentar colocar um ponto final nas divisões internas e preparar o PSD para o próximo embate eleitoral: as autárquicas de 2021. Este será o primeiro teste da próxima liderança social-democrata.
Congresso do CDS
O partido do táxi
A abrir o ano, o primeiro congresso será dos democratas-cristãos. O encontro está marcado para os dias 25 e 26 de janeiro, tendo sido antecipado um mês perante a hecatombe eleitoral do passado mês de outubro. A líder do CDS, Assunção Cristas, pediu a demissão logo na noite eleitoral, num discurso de pouco mais de um minuto. Agora, serão cinco candidatos, com as respetivas moções de estratégia a disputar o palco centrista. Mas o momento não é animador. O CDS teve um ano com o pior score eleitoral dos últimos 36 anos. Por isso, João Almeida, Francisco Rodrigues dos Santos, Filipe Lobo d´Ávila, Carlos Meira e Abel Matos Santos têm a difícil tarefa de tentar convencer os congressistas de que pretendem liderar o partido num dos seus momentos mais difíceis.
Congresso do PCP
Sucessão de Jerónimo?
O PCP vai realizar o XXI congresso nos dias 27, 28 e 29 de novembro. Com 72 anos, Jerónimo de Sousa já admitiu despedir-se da liderança depois de 14 anos como secretário-geral. «É da lei da vida», disse Jerónimo de Sousa, garantindo que não vai «calçar as pantufas». Não é, porém, ainda certo que esteja mesmo de saída e não há sinais de quem o irá substituir. João Oliveira, um dos nomes incontornáveis da nova geração do partido, disse recentemente, numa entrevista à Antena 1, que tem «a certeza quase absoluta» de que não se colocará a questão de vir a ser secretário-geral. Uma das questões centrais do próximo congresso será o posicionamento do partido em relação ao Governo socialista. Os quatro anos da geringonça não favoreceram o PCP eleitoralmente e o partido tem dado sinais de que se quer distanciar de um Governo que «dá prioridade ao défice e à dívida». Os comunistas foram decisivos para que, desta vez, não existissem acordos escritos entre o PS e os partidos à sua esquerda.
Congresso do PS
Poder das sensibilidades
O ano de 2020 será também mais um momento para o primeiro-ministro, António Costa, arrumar a casa dentro do PS, afinando as várias sensibilidades do partido no congresso que se deve realizar, algures, entre abril e maio. Há dois anos ficou claro que Pedro Nuno Santos, o então secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, pretendia ser o senhor que se segue. Mas Costa avisou que ainda não tinha colocado os papéis para a reforma. No próximo ano, o congresso socialista servirá também para testar o peso que o chamado pedronunismo tem no PS, bem como os seus adversários. Há quem aponte que Fernando Medina pode ser um deles. E Ana Catarina Mendes é outro dos nomes a reter.