Faltam pouco mais de duas semanas para o congresso do CDS (que se realiza nos dias 25 e 26 de janeiro) e os prazos para a entrega das moções de estratégia global já expiraram. Os serviços centrais registaram um total de 12 moções, cujos resultados podem ditar a liderança do partido. Pelo caminho ainda foram entregues mais onze moções setoriais, dedicadas a temas tão diversos como as forças militares e de segurança, interior do País e cultura.
No capítulo de moções de estratégia global, além dos textos de cinco candidatos a líder – João Almeida, Filipe Lobo Ávila, Francisco Rodrigues dos Santos, Abel Matos Santos e Carlos Meira – há mais seis propostas entregues. Isto não quer dizer que os primeiros subscritores das moções sejam candidatos a líder. Nada o obriga. Contudo, um candidato à presidência do CDS é, normalmente, o primeiro subscritor de uma moção. E ganha quem tiver mais votos no texto que apresentou. O que deve acontecer na madrugada do próximo dia 26 de janeiro.
As restantes seis moções foram entregues por Nuno Melo (Direita Autêntica), João Gonçalves Pereira (Bases para Crescer), José Ângelo da Costa Pinto (CDS- As pessoas primeiro), Pedro Borges Lemos (Portugal Sempre), Miguel Mattos Chaves (O Futuro para o CDS), pela Juventude Popular (Um Futuro à Direita- Desafios para Portugal) e Alves Pardal (Agenda 2024).
Com a proliferação de moções e a divisão de apoios, o resultado do congresso é, para já, uma incógnita. E bem se pode repetir o cenário de 2005, quando Paulo Portas saiu da liderança. Na altura, Telmo Correia recolheu vários apoios para conquistar a liderança do CDS, mas o congresso virou com o discurso de José Ribeiro e Castro e o então eurodeputado acabou por derrotar Telmo Correia. Por isso, sem eleições diretas – e com um partido a braços com uma das maiores derrotas eleitorais –, não há garantias sobre quem pode vencer no congresso, que se realiza em Aveiro.
O CDS, recorde-se, obteve um resultado ligeiramente acima dos 4 por cento nas eleições legislativas de outubro passado e elegeu cinco deputados, reduzindo a bancada a um terço.
A líder do CDS, Assunção Cristas, anunciou a demissão logo na noite eleitoral, numa curta intervenção, e deverá sair do Parlamento após a realização do congresso dos centristas.