O contrato de aquisição da Media Capital por parte do grupo Cofina vai ser assinado em fevereiro, apurou o SOL, junto de fontes ligadas à operação. O negócio estará em stand by até ao próximo dia 29 de janeiro, altura em que se realiza a Assembleia-Geral (AG) e votação dos acionistas da Prisa para decidir a venda de 95% da dona da TVI, assim como AG da Cofina para os acionistas aprovarem o aumento de capital até 85 milhões de euros.
O SOL sabe que, para já, vão ser mantidos os dois edifícios – o da TVI em Queluz de Baixo e o da Cofina no Alto dos Moinhos. Fonte ligada à operação garante que a fusão das duas redações está excluída, tanto que essa foi uma das exigências da Autoridade da Concorrência (AdC), que acabou por dar luz verde ao negócio por ser considerado uma aquisição.
«As alterações estruturais decorrentes destas sobreposições são de pequena dimensão e, consequentemente, não são suscetíveis de criar entraves significativos à concorrência. Por exemplo, no mercado dos canais de acesso não condicionado para televisão por subscrição, a operação agrega os segundo e quinto maiores operadores no mercado. A empresa resultante torna-se no principal operador do mercado que, não obstante, não demonstra um nível particularmente elevado de concentração. Sendo assim, a alteração estrutural resultante da operação é pouco significativa», diz o parecer final da AdC.
Recorde-se que a Concorrência deu esta semana o seu aval final sobre o negócio e não vai opor-se à operação de concentração entre os dois grupos. A decisão foi avançada «após análise exaustiva» e por considerar «que a operação de concentração não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência em qualquer um dos mercados relevantes considerados, entre os quais o dos canais de acesso não condicionado para televisão por subscrição, da imprensa e outros conteúdos digitais ou ainda no da publicidade».
Mudanças na grelha e SIC a subir
Uma das grandes prioridades de Paulo Fernandes passa pelas mudanças de grelha por parte do canal de Queluz. Ao que o SOL apurou, a ideia é recuperar a quota de mercado que perdeu, este último ano, para a SIC.
Uma questão que poderá ganhar novo fôlego depois de ter sido anunciada a saída de Ricardo Araújo Pereira da TVI. O humorista vai levar o seu Governo Sombra de Queluz de Baixo para Paço de Arcos, a partir do dia 10. Segundo a SIC, esta é «uma estratégia para o desenvolvimento criativo de conteúdos inovadores e capazes de chegar a diferentes públicos nas diversas plataformas disponíveis». Mas a sua presença não vai ficar por aqui. «Os projetos a desenvolver por Ricardo Araújo Pereira serão anunciados em breve», garantiu o canal privado.
A verdade é que a SIC tem crescido nas audiências e os dados comprovam: o canal terminou 2019 a liderar as audiências, algo que não acontecia há 15 anos.
Mas as mudanças não aconteceram apenas na SIC. Esta sexta-feira a TVI apresentou a nova contratação: Nuno Santos vai dirigir a programação do canal de Queluz de Baixo, substituindo Felipa Garnel, que esteve apenas alguns meses a assumir essa função. O jornalista deixa assim a direção-geral do Canal 11 e demonstra vontade de transformar a TVI: «2020 será um ano de mudança. A TVI será diferente e inovadora», prometeu.