Ainda não é conhecida a data de inauguração.Sabe-se, por enquanto, que o novo estádio de futebol será levantado em Tashkent, capital do Uzbequistão, na Ásia Central, e terá capacidade para 52 mil pessoas. Será, de resto, um projeto altamente inovador e pioneiro, uma vez que pretende ser um estádio carbono-zero, ou seja completamente autossuficiente em termos de energia. «Toda a cobertura será feita por painéis, uma parte serão painéis fotovoltaicos e o número dos mesmos está a ser direcionado para que a energia produzida seja suficiente para o estádio estar em permanente funcionamento para treinos, aquecimento de águas e iluminação – não gastam um tostão de eletricidade da cidade», sublinha Tomás Taveira ao SOL. Mais do que amigo do ambiente, este estádio representa «uma coisa que ainda não existe», reforça o arquiteto português. «Nem no Dubai nem nesses países que são riquíssimos e que poderiam fazer coisas excecionais. Fiz também um estádio que tem todas as condições para estar em obra até meio do próximo ano. Foi para o Dubai, para um clube chamado Al-Wasl. Também era um estádio carbono-zero e tinha uma característica especial, tinha ar condicionado no interior do recinto. É um projeto hiper-ambicioso e custou-me muito devo dizer», relembra Taveira. Porém, o novo projeto não parece ser um desafio menor. Bem pelo contrário, como assegura o arquiteto de 81 anos.
Vários países asiáticos seguem empenhados na construção de recintos desportivos, com objetivos claros, como o de candidatarem-se a eventos internacionais. No caso em concreto, revela Tomás Taveira, o estádio pretende ter a capacidade de vir a receber, por exemplo, a final de um Mundial de Clubes, prova cuja última edição teve palco no Qatar, com o Flamengo, de Jorge Jesus, a perder para o Liverpool.
Este será, de resto, apenas mais um dos projetos de estádios de futebol realizados pelo português. O último havia sido o estádio dos brasileiros do Palmeiras, que está realizado. Também o projeto para um novo recinto para o Avaí – emblema que desceu esta época à segunda divisão do futebol brasileiro e é agora liderado pelo português Augusto Inácio – está concluído, embora à espera de luz verde do novo presidente do clube. Além do estádio do Palmeiras, Tomás Taveira projetou, recorde-se, o estádio do Sporting, de Aveiro e de Leiria, construídos propositadamente para que Portugal pudesse ser anfitrião do Campeonato da Europa de 2004.
O Estádio José Alvalade acabaria por ser alvo de várias críticas, que se arrastam, aliás, até aos dias de hoje. Algo a que Tomás Taveira reage de forma pragmática: «Eu reajo sempre da mesma maneira, não ouço. [risos] É muito simples».
No total, o arquiteto conta com mais de três dezenas de projetos de estádios de futebol ao longo da sua carreira.