Este domingo o céu estava vermelho em boa parte do sudeste australiano, após um sábado descrito com “um dos piores dias registados” por Shane Fitzsimmons, comissário dos bombeiros de Nova Gales do Sul, que declarou estado de emergência, juntamente com o estado vizinho de Vitória. As condições climatéricas foram ideais para os incêndios no sábado, acima dos 40 ºC e com ventos fortes, mas no dia seguinte melhoraram, e os bombeiros anunciaram no Twitter que vários fogos perigosos foram contidos. Faltava controlar 65 dos 146 fogos ativos, contabilizar o “número considerável” de habitações destruídas e os mortos, como temido pelas autoridades.
Entretanto, já se sabe que pelo menos quatro bombeiros ficaram feridos, por inalação de fumo, queimaduras ou insolação, mas já receberam alta. Além disso, morreu pelo menos uma pessoa, David Harrison, de 47 anos, que teve uma paragem cardíaca enquanto defendia das chamas a casa de um amigo, Geoff Purcell, em Batlow, em Nova Gales do Sul. Apesar dos apelos para a evacuação, “ele não queria deixar o Geoff sozinho. Era esse tipo de pessoa”, contou o seu irmão, Peter, à 9News. Purcell tornou-se na 24.º pessoas a morrer nesta época dos incêndios na Austrália, uma das piores de sempre.
Também tem sido a afetada a fauna e a flora da Austrália. Imagens deste fim de semana mostram as carcaças de centenas de cangurus incinerados pelas chamas, estimando-se que milhões destes animais tenham morrido ou sido feridos nos incêndios. Já na ilha Kangaroo, conhecida pelas suas reservas naturais, antes deste fim de semana já tinham morrido mais de metade dos seus 50 mil coalas, segundo disse à AFP Sam Mitchell, responsável do parque natural da Ilha Kangaroo. E os animais que sobreviveram encontrarão um habitat devastado.
Apesar das condições terem melhorado no domingo, as autoridades alertam que poderão piorar de novo nos próximos dias. Aliás, imagens tiradas de um voo comercial entre Sydney e Melbourne, no domingo, obtidas pela CNN, mostram nuvens Cumulonimbus flammagenitus: ou seja, tempestades criadas pelo calor de incêndios, que por sua vez alimentam os fogos, além de transportarem as brasas, deflagrando novos incêndios.