A Câmara do Porto decidiu manter a medalha de mérito, grau ouro, entregue a Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos. A distinção foi atribuída no decorrer da “realização de uma das mais importantes exposições de arte contemporânea realizada na Galeria Municipal em 2015”, explicou, ao Jornal Público, o gabinete de comunicação da autarquia. “Neste momento essa questão não se coloca”, garante o gabinete.
A empresa Supreme Treasure, ligada A Isabel dos Santos e ao marido, colecionador de arte, adquiriu à autarquia, em hasta pública realizada em 2016, a chamada Casa de Manoel de Oliveira. Ali, o casal, envolvido no caso Luanda Leaks, queria instalar a a Fundação Sindika Dokolo, mas o projeto nunca chegou a realizar-se. À mesma publicação, o gabinete de comunicação garantiu que “Relativamente ao edifício adquirido pela Fundação em hasta pública, a câmara não tem nenhuma indicação relativamente ao uso futuro dado a este equipamento por essa mesma instituição”.
A distinção municipal tem, no entanto, que seguir um regulamento. Segundo explica o mesmo jornal, os distinguidos perdem o direito á medalha em duas situações: quando a pessoa distinguida for condenada pelos tribunais competentes por qualquer dos crimes a que corresponda a pena maior” ou no caso de um funcionário ou serventuário municipal distinguido ter sido demitido.
Apesar de o gabinete explicar ao Público que a medalha foi “unanimemente aprovada por todas as forças políticas”, a mesma publicação garante que não foi por isso que esta atribuição deixou de ser polémica. Segundo a mesma notícias, a 23 de fevereiro, os vereadores da Câmara do Porto terão concordado na atribuição a Sindika Dokolo, mas foi necessário algum debate para que a a socialista Carla Miranda desistisse da abstenção, tendo o tema sido discutido a nível interno.