Protesto da PSP e GNR. Manifestantes juntaram-se um pouco por todo o país

Não chegaram a mil manifestantes de norte a sul. Um pouco mais se contar com os do Movimento Zero que protestaram nos aeroportos.  

Em Lisboa, Braga e Faro juntaram-se ao longo do dia de ontem agentes da PSP e guardas da GNR em protesto contra a não atualização salarial e a ausência de subsídio de risco – ações que somadas não tiveram sequer mil elementos. Enquanto durava o protesto uma delegação foi entregar uma carta aberta ao ministro das Finanças na qual reivindicavam estes dois pontos.

As manifestações foram organizadas por oito sindicatos da PSP e pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e tiveram como objetivo uma “dispersão” de manifestantes por várias cidades em vez de uma concentração em Lisboa, como refere ao i Pedro Carmo, presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP).

No total, junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa, chegaram a estar presentes quase 250 elementos destas duas forças policiais, que mostraram cartões vermelhos, enquanto um grupo de dirigentes entregava a carta aberta ao ministro Mário Centeno – na qual se pedia  aumentos salariais e o pagamento do subsídio de risco. Para além disso, as fracas condições de trabalho estiveram também em foco.

Por sua vez, em Faro, quase uma centena de agentes da PSP e militares da GNR juntaram-se no Jardim Manuel Bivar. O protesto começou às 16h – os manifestantes afirmaram ter chegado ao limite devido às condições atuais de trabalho.

A última parte deste protesto teve início em Braga, pelas 18h, junto ao Estádio Municipal de Braga, onde horas mais tarde se viria a jogar o primeiro encontro da Final Four da Taça da Liga, entre o Sporting de Braga e o Sporting.

César Nogueira, presidente da Associação Profissional da Guarda (APG), explicou ao i que no local estiveram mais de 200 elementos das duas forças, o que considerou ser um número “bastante aceitável” tendo em conta os constrangimentos. “No caso da PSP houve corte de folgas e de férias para que o pessoal tivesse que ir trabalhar, e na GNR foram marcadas [na segunda-feira] operações que não estavam previstas”, esclareceu 

No meio de um coro de apitos para “marcar as faltas” que consideram estar a ser cometidas pelo Governo relativamente ao tratamento que tem vindo a ser dado às forças de segurança, o representante da GNR explicou que esta força já não tem atualizações salariais desde 2010 e que a localização deste protesto foi propositada: “É um evento de grande importância e até temos colegas do outro lado, esta é uma forma de mostrarmos a relevância da profissão e de haver uma maior dispersão pelo país”.

Já Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), considerou a situação salarial do polícia como “miserável”, e reforçou ser uma profissão de cada vez maior risco, na qual os oficiais são “escrutinados pela sociedade por cada decisão”.  

 

Nem António Costa se safou

No mesmo dia em que centenas de elementos da GNR e da PSP estiveram em protestos de norte a sul do país, foram ainda vários elementos do Movimento Zero a concentrar-se nos principais aeroportos. As vigílias começaram pelas 10h e o Aeroporto de Lisboa foi aquele que teve maior adesão, juntando entre meia a uma centena de manifestantes.

Durante o dia de ontem, o primeiro-ministro António Costa deslocou-se ao Porto de avião para participar na cerimónia de assinatura de contratos para aquisição de novas composições para o metro da cidade, sendo recebido no Aeroporto Sá Carneiro por dezenas de pessoas deste movimento, que o assobiaram e pronunciaram repetidamente a palavra “zero”.