João Paulino, aquele que é apontado como cabecilha do roubo das armas de Tancos, recusou-se hoje a falar em tribunal, perante o juiz Carlos Alexandre.
À saída do julgamento, Carlos Melo Alves, advogado de João Paulino, explicou que o seu cliente decidiu remeter-se ao silêncio e adiar assim o seu depoimento uma vez que a defesa ainda não teve acesso ao teor de duas ações encobertas que terão sido feitas pela Polícia Judiciária para recuperar as armas furtadas – que já tinham sido confirmadas, por despacho, por Carlos Alexandre.
O objetivo da defesa passa por ler os relatos destas ações, para que consigam perceber se foram, ou não, cumprido pela PJ todos os requisitos legais que são exigidos neste tipo de situações. Carlos Melo Alves argumentou que uma vez que o Ministério Público já teve acesso às ações encobertas, os arguidos também o deverão ter.
“Neste momento, o jogo não está a ser igual para o Ministério Publico e para a defesa. O meu cliente quer ter acesso a essas acções encobertas para se poder defender”, afirmou. O advogado ironizou ainda, ao dizer que “as ações encobertas são como melões, só depois de abertos é que se sabe”, relativamente a possíveis ilegalidades das ações da PJ.
O arguido está em prisão preventiva desde setembro de 2018, mas será libertado na próxima terça-feira, dia 28 de janeiro, por ter sido atingido o tempo máximo de prisão preventiva.
Recorde-se que João Paulino é também arguido no processo relacionado com o furto de pistolas Glock da sede nacional da PSP, em Lisboa. O seu advogado descarta a possibilidade do ex-fuzileiro permanecer preso por ser arguido neste processo, uma vez que aqui apenas lhe foi decretada como medida de coação o termo de identidade e residência.