O espectáculo montado por Gomes ao deslocar-se à prisão para entregar um prémio a Rui Pinto, com o aplauso entusiástico de Marisa Matias, eram sinais mais do que evidentes: Ana Gomes era a preferida da extrema-esquerda, sucedendo a Marisa Matias como candidata ao Palácio de Belém.
Ana Gomes nunca escondeu a sua ambição de ocupar um espaço que seria deixado pela bloquista que gosta demasiado de Bruxelas (e que já sofre o desgaste natural de candidaturas sucessivas) e pelo PS de António Costa, que pondera apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
A Ana Gomes é uma política profissional – vive da política, a sua importância decorre apenas da política e não sabe viver sem política.
E Ana Gomes – com o seu passado maoísta, as amizades aí feitas, e a sua obediência cega ao PS, embora maquilhada aqui e ali, para além de contar com a simpatia generalizada da comunicação social – tornou-se uma espécie de autoridade moral do Reino de Portugal e dos Algarves.
Sucede, porém, que Ana Gomes não pode dar lições de moral a ninguém. Rigorosamente, ninguém!
Uma coisa é a condenação de toda a corrupção; toda, venha ela de onde vier. Seja ela praticada por quem for.
A corrupção é um vício que mata – moral e patrimonialmente- as nações. Que impede a qualidade de vida da generalidade dos cidadãos. Que impede a concretização de um sistema verdadeiramente meritocrático, em que cada pessoa pode ascender tão alto quanto o seu carácter e capacidade de trabalho.
Isabel dos Santos tem que responder pelos seus atos, tem que prestar esclarecimentos perante as autoridades angolanas e o povo angolano. E esta é a primeira nota que aqui queremos deixar expressa, sem tergiversações: se Isabel dos Santos roubou o povo angolano, as autoridades angolanas – no exercício dos seus poderes legais e constitucionais –deverão ser impiedosos na realização da justiça.
Repetimos: as autoridades angolanas, o povo angolano no exercício dos seus poderes de soberania. Não jornais, não o “partido de Davos” (os milionários reunidos na Suíça), não George Soros, nem a sua funcionária portuguesa Ana Gomes.
Ana Gomes está-se marimbando para Angola ou para o povo angolano.
Ana Gomes está preocupada com o seu futuro político – e, segundo apurámos, o Presidente João Lourenço sabe muito bem disso e conhece as ligações de Ana Gomes à “Open Society” de George Soros.
O que é verdadeiramente impressionante é a forma como a comunicação social portuguesa está a transformar o caso – que é de polícia e deve ser resolvido pelos mecanismos próprios do Estado de Direito – de Isabel dos Santos numa ode colectiva à Ana Gomes.
Ah, finalmente, D.Sebastião voltou de Alcácer Quibir – na sua versão feminina…Ah, o Messias (a Messias) lusitano finalmente chegou! Ana Gomes, uma visionária que vê a Verdade antes de todos…
Ah…Deixem-se de tretas! Vamos aos factos e às coincidências.
Primeira coincidência: o canal de Francisco Pinto Balsemão tem feito de Ana Gomes uma verdadeira estrela, merecendo sempre encómios no “Expresso” e merecendo longo espaço de comentário aos domingos na SIC Notícias.
Curiosamente, na última edição do “Expresso”, Ana Gomes merece uma página inteira em que insinua a sua candidatura presidencial, tentando encostar António Costa à parede. No dia seguinte, é revelada a reportagem dos “Luanda Leaks”, logo a seguir ao comentário de Luís Marques Mendes e antes de Ana Gomes intervir. A reportagem foi, pois, meticulosamente colocada para Ana Gomes brilhar.
Nos dias seguintes, Ana Gomes desdobrou-se em tudo o que é televisão, jornais e rádios…A SIC – e o “Expresso”, certamente – irão, no próximo fim de semana, dar o palco à Sherlock Gomes…
Segunda coincidência: este consórcio de jornalistas é integrado pelo “Expresso” – ora, o grupo Impresa sempre teve (como é público e notório) um conflito ruidoso com a família Eduardo dos Santos.
Como é sabido, o Presidente Eduardo dos Santos vedou a entrada de jornalistas do “Expresso” em Angola – o que motivou a oposição, semana após semana, do “Expresso” e da “SIC” ao então Presidente angolano. Pois bem, agora, o “Expresso”, depois de a família abandonar o poder, vai atrás dela para se vingar…tudo bem! Curiosamente, estas informações são divulgadas cerca de dois meses após uma reunião entre Pinto Balsemão e George Soros, aqui em Lisboa, na sequência de um encontro secreto na Fundação Calouste Gulbenkian…
Terceira coincidência: uma fonte de Belém confidenciou-nos, há meses, que o grupo Impresa iria fazer tudo para – no ano que antecede a eleição presidencial – colocar Marcelo Rebelo de Sousa em cheque.
Porquê? Porque Balsemão ainda não esqueceu o ódio de estimação que tem por Marcelo.
Estavam apenas à procura de um candidato do sistema, que fosse controlável, que aproveitasse a onda populista e fosse mediático como Marcelo.
Ora, este estrelato que estão a dar a Ana Gomes prova que Balsemão já encontrou o seu candidato – chama-se Ana Gomes. Irá ser levada ao colo pelo “Expresso” e pela “SIC”…
Quarta coincidência, em jeito de hipocrisia: Ana Gomes diz ser contra a corrupção, contra a cleptocracia, contra regimes corruptos.
Ora, isto é muito engraçado: onde estava Ana Gomes nos anos de governação de José Sócrates? A lutar contra a prepotência de Sócrates? A denunciar o ataque à liberdade de expressão levada a cabo por Sócrates? A opor-se aos actos muito duvidosos de José Sócrates? Não, nada disso.
Em 2009, Ana Gomes aceitou o convite de José Sócrates para ser sua candidata ao Parlamento Europeu – e em 2011, quando José Sócrates já estava no seu momento final político, Ana Gomes apelava à…maioria absoluta de Sócrates!!! Esta é a mesma Ana Gomes que agora nos é apresentada como o pináculo da criação, o zénite da autoridade moral? Estão a brincar connosco?
É que criticar a corrupção de outros países não é coragem; é constatação.
Coragem, isso sim, é combater a corrupção daqueles que nos oferecem cargos, que permitem que sejamos eleitos para certos cargos em Bruxelas, da qual a nossa carreira política depende…
E coragem, minha caríssima Ana Gomes, para lutar contra a corrupção do seu partido, não teve. Preferiu fazer campanha, ir para os benefícios e os luxos que só a carreira política de Bruxelas oferece, remeter-se ao silêncio sobre o PS…e apelar à maioria absoluta de Sócrates! E agora Ana Gomes vem pregar moralidade? Por amor de Deus…
Quinta coincidência, em jeito de cinismo vergonhoso: Ana Gomes vem – e bem! – denunciar a corrupção de alguns políticos angolanos e seus familiares, incluindo Isabel dos Santos.
Todavia, o que disse Ana Gomes sobre a corrupção , o totalitarismo e o autoritarismo na China? Nada. O que disse Ana Gomes sobre a corrupção assassina do Governo de Nicolás Maduro na Venezeula? Primeiro, elogiou, depois calou-se – e, finalmente, fez umas criticazinhas muito suaves ao regime corrupto e assassino da Venezuela.
Mais: Ana Gomes é uma das figuras políticas europeias favoritas de alguns grupos terroristas, como o BDS, o nefasto e odioso movimento Boicote, Desenvolvimento e Sanções (que, aliás, começa a ser proibido em vários países europeus).
Pois bem, a nossa Ana Gomes é muito amiga de Omar Barghotti, o líder do movimento que apela à destruição de Israel.
Na verdade, a nossa Sherlock Gomes, excitada pela presença do terrorista Barghotti, afirmou mesmo que os judeus são “lobbystas perversos”. Joseph Goebbels ou os terroristas assassinos do regime iraniano dos Ayatollahs aplaudiriam Ana Gomes com entusiasmo…
E é esta senhora que vai pregar moralidade para quem quer que seja? É esta a senhora que a esquerda quer como sua candidata presidencial? Tenham piedade das portuguesas e dos portugueses!
Sexta coincidência, esta sim, perversa: Ana Gomes, num evento qualquer, terá dito que a União Europeia deve intervir no processo eleitoral norte-americano, tomando todos os actos para evitar que o Presidente Donald Trump seja reeleito.
Ou seja: a hipocrisia de Ana Gomes é tanta que se arroga no direito de apelar àquilo que ela como eruoedeputada criticou – a interferência externa em actos eleitorais nacionais, neste caso, da maior democracia do mundo.
Um jornalista amigo que esteve presente na tertúlia em que Ana Gomes proferiu tais palavras disse-nos mesmo que Ana Gomes referiu que já há medidas que estão a ser tomadas pela União Europeia para dificultar a reeleição do Presidente Donald Trump…
Ora, as autoridades norte-americanas – atendendo a que Ana Gomes é uma funcionária activa do grupo da “Open Society” , com conhecimentos no “pântano” de Bruxelas – devem estar muito atentas a estas declarações de Ana Gomes…
Uma última curiosidade deliciosa: no final do ano transato, George Soros – depois de abandonar o seu apoio a Joe Biden – apelou ao voto dos democratas em Elizabeth Warren, afirmando ser a mais bem preparada para derrotar o Presidente Trump.
Ora, na tertúlia há poucos dias, quem é que Ana Gomes apoiou? Precisamente, Elizabeth Warren, afirmando ser…a mais bem preparada dos candidatos…
Ana Gomes decorou, pois, meticulosamente a cartilha que lhe George Soros lhe deu…E é esta senhora que vem agora pregar moralidade?
Ana Gomes é, pois, mais um produto da máquina de propaganda da esquerda radical em Portugal – Ana Gomes é radical no palco das televisões, mas é bem moderada nos bastidores a negociar a distribuição de poder. Daí que os portugueses não conheçam a defesa que Ana Gomes tem feito aos grupos mais perigosos que existem à face da Terra, desde o BDS até ao Hamas (note-se que Ana Gomes foi uma activista pró-Hamas em Bruxelas).
Defesa que lhe valeu até o estatuto de estrela – tal como cá em Portugal – num site que é um dos meios de propaganda de grupos terroristas chamado “Electronica Intifada”…
A corrupção deve ser combatida sem dó, nem piedade.
Seja onde for, seja contra quem for.
Mas a Ana Gomes – por muito que Balsemão tente maquilhar e tentar vender aos portugueses como se fosse um sabonete – não é nenhuma santinha, nem heroína dos tempos modernos.
Pelo contrário: é uma antissemita declarada, gosta de regimes totalitários (desde que sejam da esquerda…e da sua esquerda), fecha os olhos à corrupção chinesa, venezuelana e, entre outros, dos seus camaradas socialistas – e branqueia o capital (sujo) político dos seus amigos terroristas.
Quando Ana Gomes pedir desculpa pelo seu antissemitismo e pedir desculpa aos portugueses pela corrupção dos seus camaradas de partidos, que ela branqueou – aí sim, tiraremos o chapéu à sua coragem. Para aqueles que até já andam a tentar convencer o CHEGA a apoiar Ana Gomes, por favor, não sejam ingénuos…