Quatro dias e 55 quilómetros. É o que separa dois casos de jovens esfaqueados esta semana por colegas dentro da escola. Ontem um rapaz de 18 anos foi golpeado por um colega, de 17, no pescoço, na Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga.
Segundo apurou o i junto do Comando Distrital da PSP de Braga, o incidente ocorreu pelas 9h50 junto ao portão principal da escola. A PSP explica que a arma branca pertencia ao jovem de 18 anos, que após uma desavença terá tentado agredir o colega mais novo, mas este conseguiu retirar-lhe o objeto da mão e acabou por feri-lo.
A mesma fonte informou ainda que o jovem foi de seguida encaminhado para o Hospital de Braga, apresentando ferimentos ligeiros. Teve apenas de ser suturado e encontra-se fora de perigo. O hospital confirmou ao i, inclusivamente, que a vítima já tinha tido alta por volta das 15h.
Contactada a Escola Secundária Alberto Sampaio, esta remeteu esclarecimentos sobre o caso para o Ministério da Educação, que informou que a direção do estabelecimento de ensino suspendeu os dois alunos envolvidos no incidente.
Para além da suspensão dos dois alunos, a escola decidiu ainda instaurar um processo disciplinar aos mesmos, devido à “discrepância entre as versões relatadas”.
“O Ministério da Educação repudia veementemente todas as formas de violência, em particular em ambiente escolar, convidando todos para uma atitude proativa de prevenção de comportamentos violentos e de desrespeito”, concluiu.
O outro caso No início da semana, na segunda-feira, um jovem de 16 anos havia sido esfaqueado por cinco vezes com um canivete por um colega na Escola EB 2/3 de Santa Bárbara, em Fânzeres, Gondomar. Mais tarde, a Polícia Judiciária veio a informar que o rapaz tinha sido agredido na região das costas e da cara e que não morreu “por mero acaso”.
Segundo o último balanço do programa Escola Segura da PSP, no ano letivo de 2018/19 foram registadas 2939 ocorrências criminais nas escolas, o correspondente a oito por dia. Dessas, 1097 dizem respeito a casos de ofensas corporais. Estes dados revelam uma diminuição deste tipo de ocorrências nos últimos anos, sendo que ainda não foram divulgados os números relativos a este ano letivo ou ao ano civil passado.
As injúrias e as ameaças surgem a seguir às ofensas corporais na lista, tendo motivado 686 queixas em 2018/19 – o que representou um aumento face ao ano anterior. Relativamente à posse e uso de arma nas escolas, no ano letivo passado registaram-se 39 casos e um total de 81 relacionados com ofensas sexuais. As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são aquelas com maior incidência deste tipo de situações.