Assunção Cristas fez, este sábado, o seu último discurso como líder do CDS-PP, no congresso que decorre em Aveiro. Cristas garantiu que cumpriu o caminho “traçado”, bem como a “estratégia proposta” há quatro anos, mas admitiu que falhou “o resultado”.
"Esperava-nos um ciclo de oposição, que uns vaticinavam curto, mas que na minha opinião duraria a legislatura completa, como se viria a verificar. Propus um caminho de oposição firme e construtivo com ambição e responsabilidade – a ambição de olhar para todo o país com prioridade para pessoas e territórios mais desfavorecidos, a responsabilidade de propor na oposição o que poderíamos fazer na governação", começou por dizer, refrindo que era a "isso que obrigava a consciência formada na experiência dura de quatro anos de governação em tempos de Troika".
"Tinha para mim que era preciso construir um caminho próprio e que o nosso posicionamento era de oposição responsável e construtiva. De oposição intensa e permanente quer na substância, quer no estilo", disse, realçando que “nenhum outro partido em Portugal estava interessado em fazer oposição a sério e inequivocamente contra o caminho para o socialismo".
"Cumpri o caminho traçado e a estratégia proposta, mas cumpre-me hoje reconhecer uma evidência – falhei o resultado. Falhei porventura a análise das possibilidades que se abriam com as novas circunstâncias políticas e os resultados ficaram muito aquém das minhas e das vossas legitimas expectativas", admitiu.
Recorde-se que Assunção Cristas, a ex-ministra da Agricultura, sucedeu a Paulo Portas como presidente, em 2016. Na noite das legislativas de outubro de 2019, anunciou a sua saída, depois de o CDS perder 13 deputados, e ficar reduzido a cinco, com 4,2% dos votos.
O 28.º congresso nacional do CDS vai terminar no domingo com as eleições para os órgãos nacionais.
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