A Turquia tem utilizado piratas infomáticos para atacar governos e outras organizações europeias e do Médio Oriente, alega a Reuters esta segunda-feira citando fontes oficiais das forças de segurança britânicas e norte-americanas. Questionada pela Reuters, Ancara recusou-se a comentar.
A agência britânica realizou uma análise de registos públicos na internet. Nesta, alega que os piratas informáticos atacaram pelo menos 30 organizações: entre eles, ministérios governamentais, embaixadas, serviços de segurança, empresas e outros grupos. Segundo os registos verificados pela Reuters, as vítimas incluem os governos grego e cipriota, cujos emails foram intercetados. Outro alvo de pirataria foi o conselheiro de segurança nacional do Governo Iraquiano, alega a agência noticiosa.
Citando fontes anónimas do Governo britânico e dos EUA, a Reuters noticia que a atividade apresenta características de espionagem cibernética apoiada pelo Estado, visando avançar os interesses turcos.
À Reuters, os responsáveis governamentais dos respetivos governos sublinham que concluiram tal alegação baseando-se em três elementos: as identidades e locais das vítimas, que incluem os governos de países que são significantes geopoliticamente para a Turquia – caso da Grécia, Chipre e Iraque; semelhanças de ataques anteriores que usaram infraestrutura registada na Turquia; e informações contidas em avaliações confidenciais que os responsáveis se recusaram a detalhar.
Os responsáveis em questão revelaram à Reuters que não era claro que indíviduos ou organizações específicas tinham levado a cabo os alegados ataques, mas que acreditavam que a ofensiva cibernética estava conectada, pois usavam os mesmos servidores ou outras infraestruturas.
O Ministério turco recusou-se a comentar a notícia, dizendo apenas à Reuters que o país é frequentemente alvo de ataques cibernéticos. Por outro lado, o Governo cipriota salientou em comunicado que "as agências relevantes" para o caso estavam "a para dos ataques" e que tomaram medidas para os conter. "Não vamos comentar sobre especificidades por razões de segurança nacional", lê-se no comunicado citado pela Reuters. Já o Governo de Atenas disse não ter conhecimento de que os seus emails tenham sido intercetados.