Menos carros, menos lugares de estacionamento, mais ciclovias e mais zonas pedonais – assim será a zona da Avenida da Liberdade e da Baixa de Lisboa a partir de junho. O plano para a denominada Zona de Emissões Reduzidas (ZER) foi esta sexta-feira apresentado por Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O objetivo das alterações é retirar cerca de 40 mil veículos da zona e reduzir a poluição atmosférica.
O trânsito na Baixa-Chiado será exclusivo para residentes, portadores de dístico – como lojistas – e automóveis autorizados – como carros elétricos, táxis e transportes públicos. Para melhorar os acessos, os transportes públicos vão fazer a ligação entre o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio e haverá autocarros a cada três minutos. O reforço da Rede de Madrugada da Carris está também previsto.
Os carros 100% elétricos poderão circular livremente, com exceção dos híbridos – que estão proibidos. Ao contrário dos táxis, que podem circular, os veículos TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica) só poderão circular se forem 100% elétricos.
As alterações terão um mês de adaptação, o que significa que as multas aos veículos não autorizados só serão aplicadas a partir de agosto. Os lugares de estacionamento serão reduzidos em cerca de 40% – o correspondente a 600 lugares – entre a Avenida da Liberdade e a Baixa. Já nos Restauradores será recuperado o cenário dos finais do século XIX: um grande passeio pedonal entre a praça dos Restauradores e a rua das Pretas.
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Mudanças em Marvila
As alterações estendem-se também à zona da freguesia de Marvila, onde existem novos projetos de habitação e comércio.
Segundo o i avançou esta sexta-feira, alguns cafés e restaurantes já receberam as cartas de não renovação dos contratos de arrendamento. O restaurante Dinastia Tang, na rua do Açúcar, encerra este domingo. Os mesmos donos vão abrir um restaurante japonês no Saldanha e, em breve, um espaço que vai continuar a linha do projeto de Marvila – dedicado à comida chinesa – em Évora. Outros cafés e restaurantes da rua Fernando Palha fecham portas no último dia de junho.
A renovação vai começar pela antiga Fábrica José Barreiro Domingos, que a Fundação Maria Antónia Barreiro – ligada ao Opus Dei – vendeu no início do ano passado por 17 milhões de euros. O atelier Frederico Valsassina confirmou ao i estar encarregue do projeto, não avançando, no entanto, quais os traços do projeto. A Matinha será também requalificada. A antiga zona industrial de Marvila vai contar com um novo loteamento que, além de habitações, terá também um hotel.