O vice-diretor da Cruz Vermelha na província de Hubei, na China, foi demitido. Zhang Qin foi acusado de não distribuir material médico, como máscaras, que tinha sido doado para hospitais e instituições, depois de ter surgido o novo coronavírus que provocou a morte de mais de 400 pessoas e deixou mais de 20 mil infetados, anunciaram as autoridades, esta terça-feira.
Segundo a agência oficial Xinhua, além de ter sido expulso, Zhang Qin vai ser punido com uma “grande sanção administrativa”. Além do vice-diretor, outros dois oficiais também foram dispensados das suas funções, acusados de não cumprirem com "as suas responsabilidades de receber e distribuir os fundos e produtos de socorro doados”.
De acordo com a televisão estatal CGTN, foram feitas milhares de doações à cidade chinesa de Wuhan. As organizações humanitárias receberam mais de 3.100 milhões de yuans (cerca de 401 milhões de euros) em doações monetárias, além de mais de 9.000 caixas de máscaras, 70.000 fardas de proteção e 80.000 óculos de segurança.
No entanto, a Cruz Vermelha de Hubei alega ter recebido apenas 36.000 máscaras. Segundo a CGTN, a associação doou metade delas a um hospital particular especializado em tratamentos de fertilidade e cirurgia estética, enquanto 3.000 unidades foram doadas a um centro médico de Wuhan.
Além de terem recebido materias de proteção foram doados ainda 350 toneladas de legumes frescos, mas a Cruz Vermelha decidiu vendê-los em vez de os entregar, de acordo com a CGTN – uma afirmação que a associação negou.
Segundo o que a população chinesa tem reportado nas redes sociais existem ainda muitas equipas médicas em Hubei que não têm material necessário para se protegerem do novo coronavírus.
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