Desde a Revolução de 1974, que a composição da Assembleia da República tem sido maioritária, em mais de 70% do eleitorado, com dois partidos políticos PSD e PS, sendo sempre estes a formar Governo, mesmo que por vezes tenham que se aliar a partidos com menos representação parlamentar. Embora sejam dois partidos posicionados ao centro colocam-se ideologicamente em posições diferentes. O PSD faz acordos com partidos à sua direita e o PS faz acordos com partidos à sua esquerda, no entanto, estes dois partidos atualmente, disputam numa grande percentagem o mesmo eleitorado situado ao centro.
O PSD quando se desvia desse lugar até pode ter sucesso imediato, mas a seguir vem sempre a decadência. E essa decadência é o reflexo do afastamento dos princípios originais da social-democracia implementada pelo seu fundador Francisco Sá Carneiro como ficou demonstrado pelos resultados tidos por alguns líderes Santana Lopes, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes. Já Manuela Ferreira Leite fez um grande esforço para recentrar o partido e voltar ao seu eleitorado natural, apesar de não ter ganho as eleições. No entanto, mais tarde veio-se a verificar que a sua estratégia estava certa. Passos Coelho teve uma liderança que deve ser analisada sociologicamente e com muito rigor. Em 2011 o PS e o Governo de José Sócrates estavam moribundos. O país encontrava-se na bancarrota e com intervenção externa, pelo que o PSD ganhar essas eleições foi o mais natural. Embora alguns militantes representados nas eleições diretas por Luís Montenegro afirmarem ter sido um grande feito, a verdade é que, com a governação de Passos Coelho o partido foi completamente destruído, perdendo o PSD nesses quatro anos mais de 700.000 votos, perdeu também, toda a credibilidade e até a ideologia social-democrata. Mas para grande surpresa recentemente, Passos Coelho veio a público pronunciar-se defendendo acordos a uma direita que não existe, quando não o devia fazer. Continua agarrado a um passado sombrio para o partido e para os portugueses e recusa-se aceitar esses resultados.
Para bem do PSD e do país a maioria dos militantes, não se revê no pensamento político de Passos Coelho nem do seu delfim Luís Montenegro e de outros, como foi demonstrado nas últimas eleições diretas. É muito fácil, os opositores de Rui Rio dizerem que é preciso fazer acordos à direita, que com eles na liderança do PSD ganhavam tudo, autárquicas, legislativas com maioria absoluta para formar Governo, que se devia cortar relações com os outros partidos nomeadamente com o PS e assim viverem orgulhosamente sós. Será que pensam na prosperidade do país em que vivem ou simplesmente o seu objetivo é continuar a arranjar lugares para um jet set envergonhado, amigos do tacho como Relvas, Albuquerques, Morais, Morgados e tantos outros. Esse pode ser o PSD que eles pretendem, mas não é de certeza absoluta o PSD dos portugueses.
O PSD mudou para o seu espaço natural, tem um líder Rui Rio que compreende o país. Não foi fácil. Teve muitos espinhos. Andou dois anos a colar os cacos que lhe deixaram como herança mas com muita calma e talento conseguiu. Os resultados nas eleições Europeias e Legislativas, não alcançaram os seus objetivos, mas que ajudas teve ele para ter sucesso? Rui Rio com a sua inteligência e a capacidade política vai tentar ganhar as eleições autárquicas e outras, mas nada promete porque nada tem para prometer. E todos nós sabemos que os resultados só aparecem se a intriga for banida no Partido. Líder com caráter, seriedade, competência e carisma para ser primeiro-ministro, ele tem o que agora é preciso é que todos nós sem críticas destrutivas e sem disputas internas o ajudemos a essa concretização.
As eleições legislativas são recentes mas já se verifica desilusão e cansaço no Governo de António Costa. Um Governo grande e desarticulado muitos dos ministros sobrepõem-se uns aos outros e para se resolver alguns assuntos passa por seis e sete governantes. As falhas são muitas e os resultados são poucos, acresce ainda o facto de ser minoritário e sem apoio no Parlamento escrito por qualquer outra força política. O PSD tem a partir de agora todas as condições para ganhar eleições e voltar a ser Governo. Tem a casa arrumada tem um líder Rui Rio para ser um grande primeiro-ministro. Eu reconheço-lhe as qualidades para desempenhar com sucesso essa função e estarei sempre com ele.