Rui Pinto, criador do Football Leaks e em prisão preventiva acusado de 90 crimes, tinha um negócio online de venda de livros e antiguidades em Budapeste, na Hungria, com o pai, segundo se lê num acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa relativo a um recurso interlocutório a que a Lusa teve acesso e no qual é rejeitado o pedido da defesa, que pretendia ver anulada a medida de coação mais gravosa.
O ‘hacker’ explicou que tinha esse negócio dado não conseguir arranjar emprego em Portugal.
“Isto tem a ver com livros antigos, com antiguidades, porque a Hungria fazia parte do império austro-húngaro e depois, com o início da Segunda Guerra Mundial, muitos desses livros na Alemanha desapareceram”, disse.
Lembrando que em Budapeste existia “uma grande oportunidade de encontrar esse tipo de livros”, Rui Pinto avançou que nunca teve um contrato de trabalho e que desde fevereiro de 2015 trabalhava com a recolha de peças e livros para posterior venda.
“Obtínhamos os bens através de feiras, mercados de antiguidades, livrarias. Na Hungria e em leilões online na Hungria”, contou o ‘hacker’.
O recurso apresentado por Rui Pinto foi julgado improcedente pelo Tribunal da Relação de Lisboa, mantendo-se por isso em prisão preventiva.