Ruy de Carvalho foi entrevistado por Fátima Lopes no programa Conta-me Como És, da TVI, e recordou vários momentos que marcaram a sua vida.
O ator, de 92 anos, começou por falar de uma fase difícil devido à morte precoce do irmão mais velho, João de Almeida – que também era ator – com apenas 22 anos.
"O meu irmão entrou em cena, só que arrebentou-lhe o apêndice no primeiro ato. Quando acabou estava verde. 15 dias depois morreu", recordou, revelando depois como o pai evitou o suicídio da mãe.
"A minha mãe quis suicidar-se. O meu pai, felizmente, deu-lhe um murro e ela caiu para o lado. Foi a primeira [e única] vez que concordei com a violência doméstica, também não era praticada na minha casa", contou.
Habituado a recordar carinhosamente a mulher, Ruth de Carvalho, que morreu em 2007, o ator falou da decisão que esta tomou em ficar em casa a tomar conta dos filhos.
"Ela é que resolveu ficar em casa, não foi um pedido meu. A família é uma boa almofada, um bom suporte", sublinhou.
Já sobre a solidão, a perspetiva do ator é a de que “vive sozinho, mas acompanhado”, uma vez que os filhos estão sempre presentes.
"Há uma solidão que é imposta pelos outros, e há outra que nós queremos ter. Todos nós precisamos de um tempo sozinhos. Essa é uma solidão escolhida", rematou.