Holden Matthews, de 22 anos, filho de um policia, confessou hoje ter queimado três igrejas batistas no sul do Lousiana, maioritariamente negras, com o objetivo de ganhar fama dentro do género musical "black metal". Segundo o Daily Beast, Matthews fez vários posts nas redes sociais relativos a Varg Vikernes, um músico e conhecido neo-nazi, condenado por homicídio e por queimar igrejas nos anos 90, na Noruega. Na altura, o país enfrentou uma onda de ataques, com cerca de 50 igrejas atacadas em nome do "black metal". No Lousiana, e no sul dos Estados Unidos em geral, pelo menos desde os anos 50 que igrejas negras são alvos de ataques racistas. Os crimes de Matthews foram "particularmente dolorosos porque lembram um passado sombrio de intimidação e medo", declarou o governador do Lousiana, John Bel Edwards.
Os ataques ocorreram durante a noite, não fazendo feridos, mas arrasando completamente os edifícios. Foram queimadas igrejas em Port Barre (a 26 de março) e Opelousas (a 2 e 4 de abril) . Os incidentes foram considerados "terrorismo doméstico" pela Associação pelo Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, em inglês). Na altura, o pastor Harry Richard, da St. Mary Baptist Church, a primeira a ser atacada, contou à CBS como o seu avô ajudou a fundar a paróquia há mais de um século, e que o incêndio danificou a história da família. "Ele deixou-me um legado, e eu estava a tentar cumprir isso o melhor que conseguia", lamentou o pastor.
Os investigadores conseguiram ligar Matthews ao crime através dos restos de um bidão de gasolina deixado no incêndio de 4 de abril, que este terá comprado com o seu cartão de débito, juntamente com um isqueiro. Uma carrinha do mesmo modelo e cor que a sua também foi vista perto de dois dos locais onde os crimes foram cometidos. Matthews também publicou vídeos e fotos das igrejas queimadas no Facebook, "para promever-se a si mesmo na comunidade black metal", segundo confessou. Este estilo musical é conhecido pela sua imagética satanista ou pagã.
Há muito que os círculos e sites religiosos pagãos são sujeitos a infiltrações por neonazis. Numa destas páginas – que proibia especificamente racismo e "coisas nazis" – um dos membros queixou-se de que um boneco publicado tinha um cinto com uma suástica. "O cinto dá-lhe extra força e poder… poder branco", comentou Matthews, acrescentando que estava só a brincar.