Ângela e Hugo apaixonaram-se à primeira vista, mas o amor que os uniu viria a estar longe de um final feliz. A história do casal emocionou os portugueses depois de ser contada numa reportagem da TVI – a mulher não desiste do sonho de ter um filho do marido, que morreu.
Mais tarde, e no seguimento de uma primeira petição, Ângela criou uma nova petição dirigida à Assembleia da República, para mudar a lei que não permite a procriação medicamente assistida após a morte. Alcançadas as 20 mil assinaturas necessárias, o processo legislativo está agora nas mãos do Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, para que este marque a votação para mudança da lei.
Segundo a TVI, o primeiro-ministro, António Costa, já respondeu a Ângela Ferreira, que disse que o caso já foi encaminhado para a ministra da Saúde, Marta Temido.
Recorde-se que depois de Hugo morrer em março do ano passado, aos 29 anos, numa luta contra o cancro, e poucas horas depois de ter casado com Ângela, quando estava internado no Hospital de São João, no Porto, ficou apenas por cumprir um sonho: ter um filho com a mulher.
Antes de morrer, Hugo criopreservou o seu esperma e deixou um consentimento para que Ângela o pudesse utilizar para engravidar e ter o filho que ambos tanto desejavam. No entanto, de acordo com a lei portuguesa, Ângela, de 32 anos, está impedida de ser inseminada com o sémen do marido, haja, ou não, consentimento prévio deste.
Agora, o Hospital de São João prepara-se para destruir o material biológico de Hugo e Ângela está numa luta contra o tempo para realizar o sonho do casal.