Matias Salazar de 56 anos é acusado de manter uma mulher em cativeiro durante 31 anos, em Maracay, perto de Caracas, na Venezuela, segundo o jornal venezuelano Cronica Uno.
Matias conheceu a mulher em 1988, quando esta tinha apenas 17 anos. Os pais consideravam o companheiro da filha um homem violento e não aprovavam a relação amorosa. No ano em que se conheceram, Matias sugeriu que ambos fugissem visto os pais da jovem serem contra a relação. Quando esta se mostrou reticente, o ele acabou por ameaçá-la e sequestrá-la.
O homem começou a ser violento, tanto fisicamente como psicologicamente, com a mulher e decidiu trancá-la num apartamento para a controlar. Morella, de 49 anos, passou 31 anos fechada dentro de um apartamento, sem água, luz, nem comida. A mulher era apenas alimentada quando Matias a visitava. Ao longo dos 30 anos comeu apenas arroz, lentilhas e ovos.
Em casa tinha apenas uma cama no chão, três mudas de roupa, rádio e uma televisão que eram a sua companhia diária. Quando Matias estava no apartamento, Morella tinha de lhe pedir autorização para tudo, desde sentar-se a ir à casa de banho, segundo as autoridades.
As agressões eram regulares e violentas. Como forma de obrigar a mulher a ter relações sexuais com ele, Matias privava-a de comer caso esta se recusasse a envolver-se com ele.
A mulher tentou escapar do apartamento várias vezes mas o homem acabou sempre por a impedir, agredindo-a violentamente sempre que esta tentava fugir. Por lapso, no dia 24 de janeiro, Matias deixou as chaves do apartamento dentro de casa e a mulher conseguiu escapar e dirigiu-se ao Instituto da Mulher, em Aragua, onde contou a sua história.
A polícia ao chegar ao local interrogou os vizinhos que disseram não ter conhecimento algum da história e nunca ter tido nenhuma desconfiança. Quando Matias era questionado sobre quem era Morella, dizia apenas que esta era a sua empregada de limpeza.
Matias encontra-se preso, sem audiência preliminar marcada. O homem é acusado de violência sexual, escravidão sexual, incentivo ao suicídio e violência psicológica. Caso seja condenado pelo sequestro de Morella pode cumprir 30 anos de prisão, a pena máxima na Venezuela.
FOTOS: En este apartamento el #gordoMathías mantuvo cautiva a #Morella 18 años, en el Conjunto Residencial #LosMangos de #Maracay.
Este hombre raptó a #Morella durante 31 años. Fue víctima de violencia psicológica, violencia física y amenazas.
Fotos: Luis Morillo/@CronicaUno pic.twitter.com/4hXVZ284iM
— Yohana Marra (@Yohanamarra) February 9, 2020