Os advogados de Rui Pinto deram, esta sexta-feira, uma conferência de imprensa. Além de voltar a dizer que o hacker português continua disponível para colaborar com as autoridades portuguesas, a defesa daquele que é o denunciante dos casos Football Leaks e Luanda Leaks, reforça que o lugar de Rui Pinto “é em liberdade”.
"Rui Pinto mantém a mesma disposição de colaborar com as autoridades portuguesas na luta contra o branqueamento de capitais e a corrupção", começou por dizer o advogado Francisco Teixeira da Mota, explicando que a “vontade de colaborar” do português ainda não foi discutida.
Já o advogado francês William Bourdon voltou a destacar que Rui Pinto não é “um deliquente”, mas sim “um grande denunciante que deve ser protegido”. "É assim que ele é entendido por procuradores da Europa no âmbito do Eurojust", realçou.
"Não estamos preocupados se Rui Pinto é ou não é hacker, porque os denunciantes têm sempre necessidade, para revelar os factos, de violar a lei ou as regras, para os trazer ao conhecimento público", disse o francês, admitindo ainda que está a ponderar chamar outros denunciantes para testemunhar a favor de Rui Pinto.
William Bourdon revelou ainda que quando Rui Pinto estava na Hungria, as autoridades francesas ofereceram-lhe a possibilidade de entrar num programa de testemunhas para denunciantes, no entanto, o português foi preso “no dia seguinte”. O advogado disse ainda que as autoridades portuguesas apreenderam um telemóvel dado a Rui Pinto pelas autoridades francesas.
"O seu lugar é em liberdade, ao pé dos seus. Não há, na Europa, nenhum denunciante que esteja em prisão preventiva há quase um ano, como ele se encontra", referiu.
Na mesma conferência de imprensa, Bourdon negou a tentativa de extorsão ao fundo de investimento da Doyen Sports, alegadamente ameaçada com a divulgação de informação privada. O advogado garante que Rui Pinto “nunca pediu dinheiro” e que “desistiu voluntariamente”.