Há muito tempo que a capital do Alto Minho merecia acolher um Congresso Nacional do PSD. A 38.ª reunião magna do PSD, em Viana do Castelo, foi um momento que ficará para a história do Partido Social Democrata.
Os portugueses sabem que o PSD está a construir um caminho alternativo, que possa traduzir-se na resolução dos problemas estruturais do país. Na saúde, nunca vimos o Serviço Nacional de Saúde neste estado calamitoso; na economia, as exportações estão em queda; no sistema fiscal, nunca pagámos tantos impostos como hoje; nas finanças, a dívida pública aumentou 600 milhões de euros em 2019 e ronda os 250 mil milhões de euros; as custas dos tribunais estão pela hora da morte, e temos uma justiça só para ricos e, de um modo geral, os serviços públicos funcionam miseravelmente. É todo um país suspenso pelas cativações do futuro ex-ministro Mário Centeno.
Se tudo está bem, por que razão os socialistas não quiseram sequer que os portugueses pagassem menos na conta da luz? Há recursos para construir um Novo Aeroporto, mas não há investimento consistente para assegurar um Serviço Nacional de Saúde com qualidade e eficácia? Há dinheiro para o Novo Banco e não há verbas para acabar com o amianto nas escolas?
Os portugueses já não acreditam num Governo, que apesar dos seus quatro meses de mandato, não tem rumo ou estratégia. É, de resto, um Executivo sem maioria e sem cabeça. Desorientado que está o XXII Governo, herdou vícios do anterior Executivo contranatura, que destruiu de forma ruinosa o capital de autoridade do Estado. Todos nos sentimos envergonhados com os incêndios de 2017. Todos nos sentimos incomodados com o furto de Tancos e com a culpa a recair sobre um pilha-galinhas, o Fechaduras.
A política faz-se com liderança e exemplos e não com ministros alheados da realidade.
Por estes dias, tememos o coronavírus asiático, mas há vírus ideológicos mais letais na história dos povos: o socialismo. O marxismo é a maior prova de fracasso ideológico. Em Portugal, em 25 anos, um quarto de século, o PS esteve 18 anos no poder. O exemplo está à vista. Afastámo-nos da Europa, o interior está cada vez mais envelhecido e a geração mais qualificada de sempre continua a emigrar.
O PSD é um grande partido. Podemos discordar algumas vezes, mas há um objetivo comum que nos deve mobilizar: as eleições autárquicas de 2021. Chegou a hora de preparamos um governo local em cada município, com a capacidade, a criatividade e a inteligência que são apanágio do PSD que devolva a confiança aos eleitores locais. É através da rede capilar que constituem os nossos milhares autarcas, da mais pequena à maior unidade, que consiste a mais importante, a mais nobre e desinteressada forma de servir os nossos concidadãos. As autarquias são o apoio essencial e concreto às pessoas. São elas que prestam os serviços de proximidade mais essenciais e também são elas que devem proteger aqueles que estão mais distantes dos grandes poderes, dos seus abusos e da sua centralidade cruel. O tempo urge, porque as autárquicas estão ao virar da esquina e o processo global é longo e complexo.
A intervenção que o líder reeleito proferiu na sessão de encerramento é, a todos os títulos, uma peça brilhante. Leiam e analisem cada parágrafo e encontrarão as palavras de um estadista. Não caiam nos lugares comuns papagueados por certos comentadores: uns disseram que foi um discurso de um líder da oposição e outros que desiludiu porque assumiu uma pose de Estado. Podem, no entanto, ter esta certeza: o Dr. Rui Rio nunca agradará a gregos e a troianos, mas será sem dúvida, melhor primeiro-ministro que o inventor das ‘vacas voadoras’.
Vamos continuar a fazer oposição séria, inteligente e coerente no Parlamento, denunciando todas a demagogia e hipocrisia dos partidos da esquerda que, subtilmente, criticam, mas depois votam com o PS.
Nós acreditamos em Portugal, que tem em Viana do Castelo um exemplo maravilhoso de um povo de mar, de braços e de sonho, a dar também o mote ao nosso sonho que é o de resgatar Portugal, nomeadamente dos vírus letais da atual esquerda socialista!