A ministra da Saúde, Marta Temido, vai ser ouvida com "urgência" sobre o lançamento da nova Parceria Público Privada para Cascais, aprovada na passada quinta-feira, depois de o requerimento do Bloco de Esquerda ter sido aprovado por unanimidade pelo Parlamento, esta quinta-feira.
“O Serviço Nacional de Saúde deve ser de gestão integralmente pública. Essa é a única forma de garantir a saúde como um direito e, consequentemente, de defender o interesse público, do próprio SNS e dos utentes”, explica o partido liderado por Catarina Martins através de um comunicado enviado às redações.
Segundo o partido, a decisão da ministra da Saúde vai contra o interesse público e representa retrocessos nos passos dados na legislatura anterior. “Um SNS entregue a privados, como um todo ou em partes, é um SNS mais preocupado com os lucros dos grupos económicos do que com a qualidade dos cuidados prestados aos utentes. Não são por acaso as inúmeras notícias sobre PPP que dão conta de reencaminhamentos e recusa de tratamentos, de falseamentos de triagens e de fichas clínicas, de conflitos de interesses com privados, de cuidados insuficientes ou que não são prestados em áreas que não são economicamente atrativas (como é o caso da saúde mental ou da oncologia, por exemplo)”, argumenta o BE
Para o partido, a decisão aprovado pelo Conselho de Ministros sobre o “lançamento e adjudicação de um novo contrato de parceria para a gestão e prestação de cuidados de saúde no Hospital de Cascais” é “incompreensível".
"Isto é ignorar tudo que de negativo foi trazido com as experiências de PPP na saúde, é voltar a entregar equipamentos públicos a privados, é não separar público e privado na prestação de cuidados de saúde, é voltar atrás em passos que tinham sido dados", explicam.