“i” e Nabil Abuznaid: qualquer branqueamento de Yasser Arafat é indecente (e a verdadeira entrevista que se impunha)

NO SOL – e no grupo que o detém – , respira-se liberdade. A liberdade de criticar. A liberdade de elogiar. A liberdade de denunciar. Denunciar erros próprios e alheios. Não ter medo de lutar por valores, mesmo contra opções editoriais efectuadas por membros das redacções do grupo proprietário deste semanário da sua eleição. Pois…

NO SOL – e no grupo que o detém – , respira-se liberdade. A liberdade de criticar. A liberdade de elogiar. A liberdade de denunciar.

Denunciar erros próprios e alheios. Não ter medo de lutar por valores, mesmo contra opções editoriais efectuadas por membros das redacções do grupo proprietário deste semanário da sua eleição.

Pois bem, hoje é um desses casos em que temos, por uma questão de decência e de honestidade, criticar, sem reticências, a capa do jornal “i”: nela se pretende implicitamente converter um terrorista, um bárbaro assassino, um monstro  com rosto humano chamado Yasser Arafat – num (pseudo) herói à procura da santificação.

Logo, na capa, somos confrontados com uma pintura de Arafat, sorridente, com rosto simpático, com o se um mito estivesse aqui ainda para guiar a humanidade, juntamente com o ar seráfico do representante da Missão Diplomática da Autoridade Palestiniana (que não “Embaixador da Palestina”, como é apresentado, certamente por lapso), Nabil Abuznaid.

Abuznaid pretende, inclusivamente, elevar o seu estatuto – certamente, pessoal; dubitavelmente, funcional – assumindo-se como ex-conselheiro pessoal do terrorista Arafat.

Ora, ser conselheiro de Arafat não é currículo; é cadastro.

A única novidade da entrevista é, pois, esta – o representante da Missão da Autoridade Palestiniana em Portugal tem cadastro de ligação a um dos terroristas mais sanguinários da história da humanidade.

 E esse cadastro deveria ter sido explorado na entrevista: o Sr. Abuznaid deveria ter sido confrontado com o seu protagonismo num dos episódios mais sanguinários da história recente e de qual o seu papel efectivo no plano de terrorismo bárbaro levado a cabo por Yasser Arafat.

Nada disso: antes, faz-se, em seis páginas do diário (seis páginas – leu bem, caríssimo(a) leitor(a) ! – de branqueamento de um terrorista bárbaro, o pai dos actuais movimentos terroristas que matam inocentes por todo o mundo…) uma apologia de alguém, como Yasser Arafat, que deveria ser condenado todos os dias no tribunal da Humanidade e da decência pública.

 O jornalista que realizou a entrevista teria, por exemplo, que confrontar o Sr. Abuznaid sobre qual foi o sentido do seu conselho ao seu guru Arafat quando este resolveu decapitar crianças e mulheres ao longo de vários quilómetros, sem critério, nem limite; sobre se concordou com a decisão de Arafat de matar atletas israelitas, agentes de autoridades alemães e inocentes, nos Jogos Olímpicos, em Munique (depois, claro, à boa maneira Arafatiana, o terrorista bárbaro mor veio negar o seu envolvimento, fingindo-se de santinho); sobre que conselhos deu a Arafat aquando e no pós- Acordos de Oslo e em Camp David em 2000.

 E, já agora, é tempo de confrontar conselheiros especiais (aparentemente, o Sr. Abuznaid tem orgulho neste cadastro) desse monstro com rosto humano, como foi Yasser Arafat, sobre qual era, efectivamente, o “end game”, o objectivo final de Arafat.

Admitam de uma vez por  todas que o plano de Arafat sempre foi o de, através de uma política de manipulação do Ocidente (que envolvia comunicação e benesses várias a alguns dirigentes), branquear a sua actividade terrorista, de morte de mulheres e crianças inocentes, decapitadas sem critério senão o de amedrontar Israel e os EUA, conquistar a simpatia destas “elites progressistas” para o processo de desgaste permanente do Estado israelita.

 Posteriormente, por via da questão da entrada maciça dos refugiados, converter os muçulmanos de minoria a maioria do povo de Israel – e, a partir daí, dissolver Israel como o Estado do povo judeu, criando uma grande Cisjordânia.

Ou seja: ao contrário das narrativas que tentam vender, são os próprios palestinianos que não querem uma solução de dois Estados; eles querem um Estado – o Estado de Israel com maioria muçulmana. O que será destruir, por dentro, Israel.

É, pois, com base neste objetivo derradeiro , conquanto dissimulado, que grupos palestinianos – salvo honrosas exceções, hoje, a maioria está ligada a grupos terroristas pouco recomendáveis – trabalham a sua narrativa aqui na Europa e nos EUA, tendo como “guarda-chuva” protetivo a ONU.

Por outro lado, deveria ter sido perguntado ao Sr. Representante Abuznaid por que razão a Autoridade Palestiniana resolveu sair do Acordo de Camp David, mediado pelo Presidente Bill Clinton, em 2000, que praticamente dava tudo o que os palestinianos reclamavam (e reclamam hoje), tendo até enfraquecido politicamente o Primeiro-Ministro israelita, Ehud Barack?

Por que razão saíram abruptamente do acordo?

 Duas razões são simples de conjecturar: porque, em cenário de acordo, enfraqueceriam o processo de obtenção do seu “end game” final (diluir o Estado de Israel, expulsando de facto o povo judeu); segundo, porque sofreriam uma redução significativa dos milhares de milhões que aqui os otários (nós, comunidade internacional e dessa brilhante ONU) oferecemos regularmente para constuir escolas e hospitais (supostamente) e que apenas servem (realmente) para financiar as actividades terroristas e para garantir vidas luxuosas aos “mártires islâmicos”(que nos matam, que matam os nossos compatriotas mesmo aqui nas ruas europeias – mas que as redações progressistas adoram…).

Talvez fosse a hora de o Sr. Abuznaid explicar isto tudo ao povo português – e qual foi o seu papel, como conselheiro pessoal, nas matanças e violações de inocentes (especialmente, mulheres e crianças) levadas a cabo pelo seu amigo especial, herói de todos os tempos, o monstro Yasser Arafat…

Isto já para não dizer que o Sr. Representante Abuznaid tem jeito para comediante (dizemos isto com toda a simpatia pessoal).

 Na verdade, a afirmação de Abuznaid que o jornalista escolheu para a capa “ Trump e Netanyahu estão doentes e sabem que parte do remédio vem um do outro” é uma anedota pegada…

Ora, o Sr. Abuznaid é que obedece a um governo cuja fragilidade é notória – e depende de outra autoridade informal que é dominada pelo Hamas.

Ou seja: o Sr. Representante Abuznaid obedece a um Governo que praticamente não existe e está refém de um grupo informal, que é dominado pelos terroristas…Portanto, nós temos pena que o Sr. Abuznaid esteja confuso sobre a quem deve obediência…Percebemos o seu drama e somos solidários com ele!

Agora, convém referir que é uma piada de mau gosto para um palestiniano: isto porque o único que está verdadeiramente doente é o seu Chairman (Presidente), Mahmoud Abbas, que, de facto, se tem confrontado com problemas de saúde. E complicados…

Ah, e onde é que o seu Presidente Abbas tem recebido tratamentos médicos? Onde? Pois é…acertou – em Israel!

Portanto, a piada do Sr. Representante de Missão, Nabil Abuznid, para ter algum elemento de correcção factual, deveria ser: “infelizmente, Mahmoud Abbas está doente…e Netanyahu tem o remédio para ele!”.

Em suma, o “i” perdeu uma grande oportunidade de realizar uma entrevista histórica e com interesse.

Desperdiçou-a: ao invés, apresentou-nos uma entrevista conjuntural (reveladora dos tempos perigosos em que vivemos) e repleta de banalidades.

Fica, pois, aqui o desafio: o Sr. Representante Abuznaid que explique que conselhos deu a Yasser Arafat, qual o seu objectivo final, que diga aos portugueses a verdade sobre os boicotes permanentes dos palestinianos a qualquer processo de paz, a que grupos de desinformação e de acção terrorista tem ligação, formal ou informalmente – e, finalmente, a que autoridade deve obediência: à Autoridade Palestiniana e seu Chairman, Mohammoud Abbas – ou aos terroristas do Hamas.

Ficamos a aguardar os seus esclarecimentos – estes sim, verdadeiramente relevantes e pertinentes para uma entrevista de seis páginas.

P.S (Post-Scriptum, para que não haja dúvidas, e antes que o António Costa ligue ao director para me despedir) – Caríssimos(as) leitores(as), estão a ver como o SOL é o único jornal verdadeiramente livre em Portugal? A Casa de todos aqueles que genuinamente amam a liberdade? Estão a ver, por acaso, no “Expresso” ou em qualquer outra publicação, um colunista ter a liberdade de dizer que uma capa de jornal do mesmo grupo é vergonhosa, por branqueamento da imagem de um terrorista bárbaro, homicida e violador, como foi Yasser Arafat? Só no SOL – a única casa da gente livre em Portugal!