A Comissão Europeia já aprovou a venda de seis barragens da EDP, no Douro, a um consórcio de empresas francesas composto pela Engie, Mirova e Crédit Agricole, concluindo que a operação não afeta a concorrência na União Europeia face ao seu impacto limitado no mercado.
A elétrica anunciou a venda da concessão de seis barragens em Portugal, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1689 megawatts (MW) de capacidade instalada, por 2,2 mil milhões de euros.
Em causa estão três centrais de fio de água, em Miranda, Bemposta e Picote, com 1,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada e três centrais de albufeira com bombagem, em Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro, com 0,5 GW de capacidade.
Na altura, estimava-se que a transação ficasse concluída no semestre do ano, faltando as aprovações regulatórias necessárias, como era o caso do aval de Bruxelas.
A Moody’s chegou a afirmar que a venda destas seis barragens não era só positiva para o rating da EDP como também iria permitir melhorar o seu perfil de risco, na medida em que a percentagem dos resultados referente a atividades reguladas e contratadas aumentará para 80% do EBITDA. Em relação ao perfil de risco da empresa, garante que deve registar uma melhoria modesta. A agência de notação lembrou ainda que a alienação está “totalmente em linha” com o plano estratégico para 2019/20, apresentado em março.
Federação quis travar negócio A Fiequimetal pediu para não dar luz verde à operação por considerar que caso avançasse “deixaria o país ainda mais dependente, do ponto de vista energético, já que o centro de decisão passaria para as mãos de um consórcio francês”, revelou, na altura, o i.
A estrutura sindical apontou também o dedo à elétrica portuguesa. “Não se pode aceitar que a administração da EDP esteja a afastar-se, cada vez mais, dos princípios que nortearam a criação da empresa e que esta se esteja a tornar uma central de compra e venda de ativos, em vez de uma empresa de serviço público de eletricidade”.