O alerta de Idães: “A quarentena não é sinónimo de férias nem de passeios pela vila”

Não é uma verdadeira situação de quarentena, mas alunos, professores e funcionários da  Escola Básica e Secundária de Idães foram colocados em isolamento profilático, bem como trabalhadores de fábricas onde foram confirmados os primeiros casos. A regra é ficar em casa, mas alguns não terão cumprido.

O aviso foi publicado ainda na segunda-feira nas redes sociais pela junta de freguesia de Idães: "A todos os que se encontram em quarentena, percebam que não devem sair de casa! Temos tido conhecimento que quem deverá estar em quarentena continua a circular como nada se passasse. Neste momento o delegado de saúde já tem conhecimento das pessoas e essas mesmas pessoas serão acusadas de crime de desobediência e vão sofrer consequência graves", lia-se na publicação. A quarentena "não é sinónimo de férias nem de passeios pela vila", rematava a publicação. Idães não está sob 'quarentena' – a medida não foi decretada até ao momento em Portugal em nenhuma cidade – e o alerta não é para toda a população, mas sim para os alunos, professores e funcionários da Escola Básica e Secundária de Idães que foram colocados em isolamento profilático, bem como alguns trabalhadores de fábricas onde foram confirmados os primeiros casos. A regra é ficar em casa, mas alguns não terão cumprido.

Segundo a Lusa, o presidente da Câmara de Felgueiras já comunicou às autoridades de saúde "indícios" de haver pessoas em Idães que não estarão a respeitar a situação de quarentena em que se encontram, no âmbito do surto de Covid-19. De acordo com Nuno Fonseca, haverá de facto indícios nesse sentido e os mesmos foram transmitidos às autoridades, "a quem compete averiguar a situação".

O i tentou obter um esclarecimento da presidente da junta de Freguesia de Idães, Palmira Faria, mas não obteve resposta. Na localidade, o ambiente está calmo, relatou ao i o proprietário de um café, que tal como outros estabelecimentos permanece aberto. Prefere falar sob anonimato mas garante não ter visto na rua ninguém que devesse estar em casa, pelo menos do que é seu conhecimento. Mas é essa a informação que circula: "pensaram que podiam ir fazer compras e que podiam andar a passear".

Só quando a medida é decretada pela autoridade de saúde é que existe a obrigação de ficar em casa, mas à restante população de Idães – e de resto a toda as pessoas dos concelhos de Felgueiras e Lousada – está recomendado que devem evitar deslocações desnecessárias e participar em reuniões com elevado número de pessoas. Esta manhã, na TSF, um ouvinte de Felgueiras contava, no entanto, que haverá pessoas a ir por exemplo ao ginásio em Amarante.

Quantos estão em isolamento? Não há dados

As autoridades não divulgaram até ao momento qualquer balanço de quantas pessoas estão em isolamento profilático por região, um balanço já solicitado pelo i à DGS. Não é também claro que informação tem sido transmitida à população e se está a ser seguida a mesma regra em todo o país. Por exemplo na Amadora, onde no domingo foi encerrado totalmente o liceu Roque Gameiro e a Secundária da Amadora depois de terem sido confirmados mais dois casos – um aluno que já estava em isolamento e vigilância ativa por ter tido contacto com uma professora diagnosticada com Covid-19 e um segundo aluno noutra escola – foi emitido um comunicado à comunidade escolar onde se lia que o encerramento das escolas implicava o "consequente isolamento social profilático voluntário de toda a comunidade escolar, por um período de 14 dias" (até 20 de março). O comunicado acrescentava que o "isolamento social profilático voluntário requer a permanência no domicílio com restrição de visitas".