Qualquer projeto que se pense para uma alternativa de poder ao da esquerda só pode ser possível se houver mobilização para apostar no crescimento económico e na produtividade. Esta é a trave-mestra da intervenção de Pedro Santana Lopes, líder do Aliança, enviada ontem à segunda convenção do Movimento Europa e Liberdade. Santana Lopes fazia parte de um painel de debate, mas não compareceu por motivos de força maior.
“Para uma alternativa ser válida, o programa tem de mostrar capacidade, pelas medidas e pelo rumo, de fazer bem diferente, contendo os populismos e melhorando as condições de vida dos portugueses”, concluiu Santana Lopes na intervenção escrita a que i teve acesso.
Mais, “pensar na redistribuição de rendimentos sem que previamente se eleve a temas principais a criação de riqueza e o aumento e melhoria da produtividade não faz qualquer sentido. Qualquer programa com que a direita e o centro se apresentem a eleições só pode ter como ponto principal esse de nos mobilizarmos para acabar com a tragédia de continuarmos a descer na escala do rendimento per capita dos países da União Europeia”, defendeu o também fundador do partido Aliança. O responsável acrescentou também que para além de se dever tentar inverter a descida do rendimento per capita, um programa alternativo ao da esquerda “tem de colocar ex aequo as reformas do sistema político, sistema de Governo, sistema de justiça e sistema eleitoral”, alertou Santana Lopes.
Para o presidente do Aliança, “o que a direita e o centro devem anunciar é que todos poderão melhorar o seu nível de vida em sequência do crescimento acentuado da economia”. E só depois, consolidado “esse crescimento e conseguida a maior competitividade da nossa economia, será possível redistribuir rendimentos e melhorar consideravelmente a mobilidade social”.
Uma das batalhas de Pedro Santana Lopes é a forma de acesso à saúde. E para a direita e o centro, não pode haver dúvidas sobre a forma como a questão se coloca: “Devem também colocar na agenda a substituição dos termos de financiamento dos sistemas sociais, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde”. Em seu entender, o diagnóstico é claro. A “insuficiência dos recursos financeiros e a evolução da pirâmide etária tornam insustentável a continuação da suposta gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Por isso, advoga (tal como apresentou no programa eleitoral do Aliança) a ideia “da generalização de seguros de saúde” – tudo porque ignorar as insuficiências do sistema “é alimentar os erros e as ilusões da esquerda, agravando a situação, já de si tão preocupante”.
Ao nível das infraestruturas, Pedro Santana Lopes voltou a insistir num novo aeroporto, complementar ao de Lisboa, em Alverca, “donde vêm 75% dos passageiros que o utilizam”, além da utilização de infraestruturas aeroportuárias como Beja, Monte Real e Bragança.
Por sua vez, Paulo Mota Pinto, presidente da mesa do congresso do PSD, alinhou na estratégia do líder do partido, insistindo que só se cresce ao centro para garantir o espaço político à direita do PS. E o PSD liderará “uma alternativa à direita da governação socialista”, respondendo desta forma ao repto deixado pelo líder do CDS, ou seja, cada um por si.