Quase 190 mil pessoas assinaram uma petição eletrónica a favor de uma quarentena obrigatória para todos os portugueses e do fecho das fronteiras de forma a conter o surto de Covid-19.
A petição foi lançada por 12 de março por Diana Franco, 37 anos, psicóloga e formadora de profissão, que justificou a iniciativa com a sensação de impotência, dado que foi mãe há dois anos e, entre as noites mal dormidas para tratar a filha, “a escalada dos factos” e notícias, estavam a tirar-lhe o sono. “Senti-me impotente, porque senti que estava perante uma situação que poderia não conseguir proteger a minha filha nem os meus pais”, afirmou à Lusa. Mas admite que “nunca” imaginou que “iria alcançar um número considerável de assinaturas”.
A petição pede que “seja decretado de imediato o regime de quarentena obrigatória à população em geral, bem como o fecho de fronteiras” e, “à semelhança do que aconteceu em Macau, caso de sucesso a nível mundial, Portugal deveria adotar medidas mais drásticas para a contenção do vírus”.
"Deveríamos antecipar os nossos passos a nível de prevenção e, em vez de decretarmos o fecho das escolas ou de alguns serviços, circunscritos a zonas de risco, deveria ser decretada uma quarentena obrigatória para a população em geral, de forma simultânea, pelo período de 3 a 4 semanas, ainda antes de chegarmos à fase de Mitigação. Só assim poderemos evitar verdadeiramente que o Covid-19 se propague na comunidade de forma descontrolada e assegurar uma resposta eficaz e sustentada por parte dos serviços de saúde", lê-se na petição, acrescentando que "este período iria permitir que quem está infetado desenvolva a doença e receba a assistência médica adequada para o seu caso e, simultaneamente, evita-se a propagação do vírus na comunidade".
As críticas vão mais longe e os signatários da petição alertavam que Portugal não quer "chegar à situação de Itália, com os serviços de saúde a abarrotar, com recursos limitados para prestar uma assistência eficaz aos pacientes e com uma equipa médica exausta, com a cabal missão de escolher a quem dão assistência".
A petição tem como destino a Assembleia da República, e é dirigida também ao Presidente da República e ao primeiro-ministro.