Portugueses enviam máscaras de Macau, mas material fica retido na alfândega portuguesa

Material de prevençao está a ficar retido e preço para que seja libertado é elevado.

Portugueses a residir em Macau decidiram enviar máscaras para amigos e familiares, em Portugal, devido à pandemia de covid-19. Contudo, parecem ter ficado retidas na alfândega portuguesa e o preço exigido para as libertar é elevado. As queixas começaram nas redes sociais e a informação foi agora confirmada à agência Lusa.

"O que me informaram aqui nos correios é que havia excesso de encomendas a irem para Portugal, de máscaras, muitas delas não chegavam lá, ficavam retidas na alfândega e tinham de pagar à volta de 90 euros porque estavam a considerar que estávamos a fazer negócio com as máscaras", disse Fátima Coelho, residente em Macau, em declarações à agência noticiosa.

"O que é falso, porque nós estamos é muito preocupados com os nossos familiares, com todos os portugueses que estão em Portugal, que não usam máscara, que estão mal informados, e é uma das maneiras que temos de ajudar", explicou, admitindo que conseguiu garantir o envio através de um amigo.

Também Andreia Costa conta que a filha que está em Portugal tem tido “dificuldades em arranjar máscaras”. Contudo, está agora a tentar perceber como fazer chegar o material.

"Se isto não for bem esclarecido e tivermos essa dificuldade, e se nos impõem esse tipo de restrição, [isso] dificulta a nossa ajuda para com os outros, para com os nossos familiares do outro lado do mundo", afirmou à agência Lusa.

Odete Sequeira pagou mais de 20 euros nos correios para enviar cerca de 60 máscaras para Portugal ainda sem saber o que viria a acontecer quando o material de prevenção chegasse à alfândega portuguesa.

"Se calhar o preço da prevenção não é tão exorbitante no que resulta pela falta dela. Se calhar temos de ter outra atitude. O Governo em Portugal tem de ser muito mais interventivo e muito mais preventivo e tentar ser o mais autossuficiente [possível]", disse, revelando à agência noticiosa que cada máscara custa cerca de 10 cêntimos nas farmácias em Macau.

"Eu debato-me com um problema sério, que é uma mãe com 90 anos que está num lugar de risco, e um filho com 26 [ambos em Portugal] que, naturalmente, não encara estas dificuldades como eu encaro, como a minha mãe encara, como as pessoas com mais experiência de vida encaram", explicou.

"Quando apareceu aqui, acreditando que se ia propagar a todos os países porque o mundo é um lugar global, hoje em dia, sugeri-lhe [ao filho] que comprasse: foi à farmácia uma primeira vez, comprou dez, acabaram as máscaras, comprou uma outra, que pode ser reutilizada, e estagnou por aí", rematou.